Sites que compartilham torrents de filmes, jogos e vários outros tipos de conteúdo são constantemente detectados e tirados fora do ar —ainda que seus donos tenham cópias desses servidores, o que faz com que os sites sempre ressurjam logo em seguida, mesmo em outro endereço. Mas portais como o “I Know What You Download”, apesar de fazerem parte do universo da pirataria, não poderiam a princípio ser acusados disto, pois não oferecem links para downloads, senão um monitoramento por IP, para saber que downloads foram feitos via P2P.

De certa forma, é uma página que expõe a privacidade do que é ilegal, e dá uma visão de como determinado arquivo está se saindo no mundo, já que é possível ver onde estão outros peers de um torrent ao redor do mundo, por exemplo. Pois bem, mesmo assim, o “I Know What You Download” está sofrendo com diversas acusações de violação de direito autoral como se fosse um site de torrents e vem sofrendo na rede por isso.

Como hoje a sobrevivência de um site está também pautada pelo Google, empresas como Toei, Disney, Sky, Canal+, Columbia, Irdeto, Fox, Lionsgate, Sony e Netflix movem alertas para o mecanismo desde 2016 e se intensificaram no último ano. Até agora são mais de 9.400 protestos registrados a partir de quase 19 mil links — mas que não teriam validade, já que o site, apesar de trazer os nomes dos arquivos, não direciona para um site onde seria possível baixá-los.

Muitos protestos, aliás, dizem respeito a links que nem estava nos índices do Google quando foram denunciados — o que não faria sentido, já que a ideia é removê-los do espectro de busca. Seja como for, isso atrapalha na visibilidade do site. Até agora, 46% dos links protestados já foram removidos do Google.

"Muitas empresas implementam sistemas automáticos que pesquisam páginas com torrents com seu conteúdo. Normalmente, eles nos enviam um e-mail automático e nós respondemos que não distribuímos conteúdo algum", afirma Andrey Rogov, o dono do "I Know What You Download". "Mas provavelmente alguns apenas escrevem relatórios para o Google e é isso. Não gostamos, claro, mas acho que não podemos fazer nada sobre isso."

Esse processo automático, logo, dificultaria ainda mais a situação do site.