A Apple pode se antecipar e começar a permitir a instalação de lojas de terceiros em iPhones e iPads antes que a legislação europeia exija até mesmo o sideloading. A informação foi divulgada por mais de uma fonte nesta quarta-feira.

Caso a mudança entre em vigor, os usuários do iOS devem ganhar o mesmo nível de liberdade de quem usa o Android. Ou seja, será possível baixar aplicativos de fora da App Store e fazer a instalação manualmente.

A mudança de posicionamento da Apple também significa que a sua loja de aplicativos perderá receita, uma vez que ela cobra taxas de 15% a 30% das vendas realizadas no seu ecossistema.

Inicialmente, a Apple pretende liberar lojas de terceiros apenas na Europa.

A Lei de Mercados Digitais da União Europeia exige que empresas abram seu ecossistema para outras companhias e soluções de terceiros. No caso da Apple, o impacto é considerável, uma vez que ela precisará permitir lojas de terceiros e apps concorrentes para soluções como o FaceTime e Siri.

Analistas ouvidos pela Bloomberg afirmam que os desenvolvedores da Apple já trabalham na mudança e que ela pode ser aplicada a partir do iOS 17 em 2023. Ou seja, antes do prazo final exigido pela União Europeia.

Existe um perigo de que as mudanças propostas pela Apple possam afetar o trabalho dos desenvolvedores em novos recursos para o iOS 17, mas a empresa prefere não ter problemas com os reguladores. Isso porque a multa em caso de descumprimento pode chegar aos US$ 80 bilhões.

A Apple também está trabalhando em medidas para proteger os usuários da instalação de apps maliciosos, sendo que a empresa ainda pretende dar acesso para terceiros a certos recursos de hardware.

As fontes citam que em breve esses apps poderão usar o NFC para pagamentos e outras tecnologias de câmeras, mas o maior problema segue sendo o aplicativo de mensagens. Isso porque o iMessage não adota o formato RCS, algo que terceiros podem começar a oferecer no iOS.

Por enquanto, a Apple não comentou.