Durante o Google I/O 2025, a empresa confirmou que atualizou de forma profunda a API Play Integrity, uma ferramenta voltada à segurança de aplicativos Android. No entanto, a mudança, que começou a valer em maio, afeta diretamente usuários com dispositivos modificados, como os que utilizam root ou ROMs customizadas.

A nova atualização na API do Google Play torna obrigatória a adoção de verificações mais rígidas com base em sinais de segurança ancorados no hardware, mesmo para níveis de integridade considerados básicos. Na prática, isso dificulta ou impede o uso de diversos aplicativos, especialmente os de bancos, pagamentos, jogos e serviços médicos, em dispositivos fora do padrão de certificação do Google.

A Play Integrity API permite que desenvolvedores verifiquem se o aplicativo está sendo executado em um Android genuíno e não modificado. Com a nova implementação, todas as verificações (“basic”, “device” e “strong”) passaram a considerar sinais de integridade baseados no hardware. Além disso, a verificação “strong” exige que o dispositivo esteja com um patch de segurança aplicado nos últimos 12 meses.

Historicamente, usuários avançados conseguiam contornar essas restrições com modificações no sistema ou métodos de spoofing. No entanto, essas soluções estão se tornando obsoletas, já que a verificação está cada vez mais atrelada a elementos que não podem ser falsificados por software, como componentes do chip ou bootloaders bloqueados.

Embora a Google afirme que a mudança visa proteger desenvolvedores e usuários contra fraudes, perda de receita e roubo de dados, ela impõe novas barreiras para a comunidade de modding. A empresa destacou que a API atualizada é mais rápida, confiável e privada, e que já reduziu em mais de 80% os casos de uso não autorizado em aplicativos que a utilizam.

Apesar disso, usuários de Android 13 ou superior que desbloqueiam seus aparelhos ou não mantêm o sistema atualizado podem se ver subitamente impedidos de acessar determinados apps. Com a progressiva extinção de soluções alternativas, a única opção viável para muitos será restaurar seus dispositivos à versão original de fábrica.

Ao que parece, a liberdade oferecida pelo Android desde o princípio está ficando cada vez mais restrita, mas resta saber como os usuários irão reagir a essas mudanças.