O Google removeu mais de 350 aplicativos da Play Store após um esquema fraudulento de anúncios ser revelado. Apesar dos apps maliciosos terem sido removidos da loja oficial de aplicativos do Android, eles não serão desinstalados dos dispositivos automaticamente; usuários precisam removê-los manualmente.

O esquema foi descoberto pela equipe de pesquisa Satori da Human Security. Apelidado de IconAds, a operação foi responsável por gerar cerca de um bilhão de solicitações de anúncios diariamente.

O processo usava aplicativos reempacotados, nomes enganosos, ícones que imitavam ferramentas reais e processos em segundo plano para inundar redes de anúncios com tráfego falso. Com uma infraestrutura coordenada, o objetivo era um só: gerar dinheiro. Anúncios ocultos e números irreais geravam custos desproporcionais para anunciantes.

Em alguns casos, os aplicativos usavam ícones que copiavam da própria Play Store. Pesquisadores da Satori afirmam que os apps foram projetados para parecerem inofensivos ou simplesmente esquecíveis. Depois de instalados, eles se misturavam à lista de aplicações do usuário, executando processos silenciosamente, passando despercebidos.

Mas o volume é um dos fatores que mais chamou a atenção: centenas de aplicativos, com milhares de variantes, cada um apontando para domínios diferentes a fim de torná-los mais difíceis de rastrear. A Human Security divulgou a lista completa dos aplicativos maliciosos detectados.

Como mencionado, embora o Google tenha removido as ameaças da Play Store, isso não resguarda os aparelhos com algum dos aplicativos instalados. Se você usa um dispositivo Android, confira a sua lista de aplicativos buscando por apps não utilizados ou não familiares.

Se o aplicativo não tem nome, não tem ícone ou te redireciona para algo inesperado, apague ele do seu dispositivo. Além disso, recomendamos que você se certifique que seu aparelho está atualizado e que o Play Protect está ativado. Se tiver alguma dúvida sobre este último, confira este link aqui.

O IconAds não é o primeiro e provavelmente não será o último esquema do gênero. Embora malwares do tipo não roubem os dados do usuário e nem encripte os aparelhos, explorando “apenas” o ecossistema de anúncios, eles ainda causam prejuízos, geram impactos na performance dos dispositivos e violam a confiança do usuário.

Além dos passos que já tratamos acima, é importante se manter alerta. Evite o download de aplicativos com nomes ou descrições vagas, com poucos downloads, ou que não tenham um desenvolvedor certificado. Infelizmente, enquanto a publicação de aplicativos na Play Store for fácil e relativamente pouco controlada, apps mal-intencionados continuarão a aparecer.