Cumprindo a promessa de vazar ao menos uma informação relevante por semana até as eleições dos Estados Unidos, o WikiLeaks divulgou o email pessoal do presidente norte-americano Barack Obama. Até 2008, ou seja, antes de assumir o comando da Casa Branca, o político usava o endereço bobama@ameritech.net.

Informações compartilhadas pelo site mostram Obama recebendo orientações de John Podesta, hoje chefe de campanha de Hillary Clinton, para como se comportar em uma possível reunião do G-20. Isso, 20 minutos após Obama ter sido eleito presidente. A resposta, mostra o WikiLeaks, foi dada por Obama diretamente através de um Blackberry.

O WikiLeaks está sendo acusado de servir para a campanha de Donald Trump, bilionário e grande aposta do partido Republicano de chegar a presidência dos Estados Unidos. Assim como Trump, o site também estaria tendo ajuda de russos para realizar invasões aos sistemas eletrônicos.

No começo da semana, a internet de Julian Assange, o fundador e principal articulador da plataforma de vazamento de informações de interesse público, foi cortada. Ele vive exilado na embaixada do Equador na capital inglesa, Londres. Curiosamente, a interrupção da conexão se deu logo após ele disponibilizar ao público dados e emails da campanha e Hillary Clinton. Em memorando sobre a polêmica, o país latino-americano comentou que "o governo do Equador respeita o princípio da não-intervenção nos assuntos internos de outros Estados". Ou seja, Assange comprou uma encrenca até mesmo com quem está lhe oferecendo abrigo.

Emails de Obama e até mesmo do passaporte da primeira-dama Michelle Obama caíram na rede recentemente. Ninguém assumiu a autoria dos ataques, mas suspeita-se que o governo da Rússia esteja por traz das ações.

O WikiLeaks completou dez anos de existência na primeira semana de outubro. Entre os escândalos revelados estão as violações de direitos humanos na prisão de Guantánamo, assassinatos e ações truculentas contra civis durante a invasão do Iraque e Afeganistão e o fato da NSA, que teve arquivos secretos roubados por hackers, espionar praticamente todo mundo.