Tech 29 Jan
Os chips e microprocessadores da atualidade se utilizam da eletricidade para processar e transferir dados em eletrônicos. Por mais que as arquiteturas dos chips venham se tornando cada vez mais eficientes, e das promessas de litografias cada vez menores, a dificuldade de conseguir ganhos maiores tem crescido proporcionalmente. Além disso, o uso da eletricidade gera outro problema: geração de calor.
Uma das possíveis soluções para esse problema seria a adoção da fotônica, que usa a luz para realizar a transmissão dos dados. A tecnologia não apenas é consideravelmente mais rápida, como também não gera calor. O único obstáculo é que o silício, material utilizado nos chips, não é eficiente para manipulação da luz. Ou era, já que pesquisadores da Holanda, da Áustria e da Alemanha acabaram de desenvolver uma liga de silício capaz de emitir luz.
O composto foi baseado em uma teoria proposta há mais de 50 anos, que diz que o silício e o germânio reagem entre si e se organizam em células hexagonais capazes de emitir luz. Essas células já haviam sido produzidos em 2015 em outro estudo, mas os pesquisadores da época não tiveram êxito em relação à passagem de fótons. Segundo Erik Bakkers, que conduziu a nova pesquisa, o problema foi resolvido reduzindo as impurezas e defeitos do material.
O sucesso da nova pesquisa é mais um passo em direção da criação de um laser de silício, que revolucionaria a Óptica e a Eletrônica, permitindo o desenvolvimento de chips mais velozes e eficientes, que ainda por cima não geram calor. Na realidade, o laser pode ser desenvolvido ainda em 2020, caso as pesquisas continuem tendo progresso.
"Isto permitiria uma forte integração de funcionalidade óptica na plataforma dominante para a eletrônica, o que abre as possibilidades para comunicação óptica entre partes de um mesmo chip e sensores químicos baratos baseados na espectroscopia”, conclui Bakkers.
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