Seth Stephens-Davidowitz, economista e ex-cientista de dados do Google, é autor de um novo livro chamado "Everybody Lies", e muito da obra explora a forma como o Big Data revela os segredos das pessoas. Usuários compartilham com o Google, enquanto realizam suas buscas, muitos desejos que nunca compartilhariam na vida real.

Uma das partes do livro impressiona bastante por mostrar como o Big Data também pode revelar quando as pessoas estão mentindo para si mesmas. Stephens-Davidowitz aponta para a evolução do algoritmo da Netflix para ilustrar esse ponto de vista.

Nos primeiros dias da empresa, o aplicativo da Netflix permitiu que os usuários criassem uma fila de filmes que eles queriam assistir no futuro. Mas quando as pessoas foram notificados alguns dias depois para assistirem os filmes que escolheram, eles raramente clicaram neles.

Ele afirma no livro que se você perguntar às pessoas quais filmes planejam assistir nos próximos dias, eles irão responder com filmes "como documentários em preto e branco sobre a Segunda Guerra Mundial ou filmes estrangeiros sérios". Mas depois de alguns dias, "eles vão querer assistir os mesmos filmes que geralmente querem assistir: comédias comuns ou filmes de romance".

As pessoas estavam constantemente mentindo para si mesmas.

Como resultado, a Netflix parou de pedir às pessoas que escolhessem o que queriam assistir futuramente, e passou a fazer recomendações com base em filmes que usuários similares assistiram. Com isso, conta o analista, "os clientes visitaram a Netflix mais frequentemente e assistiram mais filmes".

Xavier Amatriain, um ex cientista de dados da Netflix, disse a Stephens-Davidowitz que "os algoritmos conhecem você melhor do que você mesmo". Será que este é um dos segredos da plataforma de streaming em sua até então bem-sucedida batalha contra a pirataria?