08 Janeiro 2018
Vários bancos de imagem da internet, como o Shutterstock, usam marcas d'água como uma forma de impedir que as fotos e imagens comercializadas por eles sejam usadas na internet gratuitamente ou sem autorização. Geralmente, para poder baixar a imagem sem a famigerada marca d'água, é preciso fazer uma assinatura. Esse é um método também muito usado por fotógrafos profissionais que, além de proteger a sua propriedade intelectual, também divulgam o seu trabalho para novos clientes.
Porém, pesquisadores do Google conseguiram desenvolver um algoritmo capaz de remover a marca d'água com uma certa facilidade. Se esse algoritmo, por ventura, se transformar em software e for disponibilizado na internet, pode ser o fim dos bancos de imagens. Entretanto, os especialistas afirmam que desenvolveram a ferramenta para fomentar a discussão se as marcas d'água são realmente o método mais eficaz para proteger imagens com copyright.
A novidade foi demonstrada na CVPR 2017, um evento focado em reconhecimento de padrões e visão computacional. Para conseguir remover as marcas d'água em apenas alguns instantes, o algoritmo analisa um grande volume de imagens e identifica os padrões da marca d'água. Como geralmente os bancos de imagens usam a mesma padronização, fica fácil para o algoritmo saber o que é imagem e o que é marca d'água. Os pesquisadores ainda deram mais detalhes sobre o funcionamento da ferramenta:
Um fato negligenciado até agora é o de que as marcas d’água são comumente utilizadas de uma maneira consistente em muitas imagens. Nós mostramos que essa consistência pode ser utilizada para inverter o processo de marcação — isto é, avaliar a imagem da marca e a sua opacidade para recuperar a imagem original, desmarcada, que há por baixo.
Felizmente, há uma forma de contornar esse algoritmo. Como ele precisa que a marca d'água seja exatamente igual em todas as fotos, basta fazer pequenas alterações na fonte das letras. Os pesquisadores classificaram isso como "perturbações geométricas aleatórias". Trocando em miúdos, são padrões que modificam a estrutura das letras, formando uma marca não repetitiva. Veja um exemplo abaixo:
Essas pequenas perturbações na fonte da imagem produzem uma marca quase igual à original, mas que dificultam a remoção pelo algoritmo. Na imagem abaixo você pode ver um exemplo. À esquerda, vemos uma marca d'água comum. Ela foi removida totalmente pelo algoritmo. Já à esquerda, temos uma marca d'água alterada. Veja como ela não foi removida totalmente da imagem.
Segundo a Google, a criação do algoritmo foi feita apenas para mostrar como esse método é inseguro e ineficaz. De qualquer forma, qualquer pessoa com bons conhecimentos em Photoshop consegue remover uma marca d'água de forma eficiente.
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