O brasileiro comprou menos telefones celulares em um ano na comparação com os 12 meses anteriores pela segunda vez consecutiva em 2016. De acordo com o relatório Mobile Phone Tracker, da consultoria IDC Brasil, o número de aparelhos vendidos em território nacional no ano passado foi 5,2% menor do que o total vendido em 2015.

Isso significa que, se há dois anos o país fechou com 51,1 milhões de telefones comprados pelo consumidor, em 2016 esse número caiu para 48,4 milhões. E a queda é ainda mais acentuada quando falamos apenas em smartphones: 7,3% em relação aos resultados de 2015, totalizando 43,5 milhões de dispositivos.

No entanto, o analista de pesquisa da IDC Brasil, Leonardo Munin, lembra que o país manteve a quarta posição mundial entre os países que mais vendem smartphones. O especialista ainda acredita que problemas econômicos e políticos influenciaram as baixas vendas em 2016.

Foi um período de dólar elevado e muita indecisão político-econômica. Nos três primeiros meses do ano passado, por exemplo, os fabricantes chegaram a pausar a produção por falta de peças devido às incertezas do mercado

Enquanto os telefones inteligentes vendem menos, os feature phones tiveram alta. Os telefones mais básicos somaram 4,9 milhões de unidades vendidas em 2016, alta de 18,5% em relação ao ano de 2015.

Ainda de acordo com o estudo, o consumidor brasileiro está começando a buscar marcas menos conhecidas ao comprar um novo dispositivo móvel. Enquanto em 2014 as seis principais marcas dominavam o mercado com 94% da vendas, o percentual caiu para 80% em 2016.

Mas não pense que a busca por marcas menos conhecidas é para fugir do preço alto: o preço médio dos telefones vendidos no país aumento de R$ 882 em 2015 para R$ 1.050 em 2016. A consultoria avalia que o consumidor está procurando aparelhos mais potentes, e, por isso, o valor médio acabou se elevando.

No entanto, é bom lembrar também que os preços aumentaram no geral, o que certamente influenciou essa alta.