A gigante chinesa do e-commerce, Alibaba, fundada por Jack Ma, está interessada em entrar no mercado de computação na nuvem nos EUA, para enfrentar a concorrência entre a Amazon.com, Google e Microsoft por fatias do mercado.

A subsidiária Aliyun, que já é a maior em seu mercado doméstico de plataforma de hospedagem na nuvem, abriu um centro de dados na Califórnia, na quarta-feira. Este é seu primeiro centro de dados fora da China.

Em um comunicado, a Alibaba disse que os negócios nos EUA terão como foco atrair primeiramente as empresas chinesas com base no país de Obama, antes de se expandir para os clientes internacionais, ainda neste ano, no segundo semestre. Isso faz sentido ao perceber-se que muitas empresas chinesas estão investindo para se tornarem globais, indo para os EUA, o que dá ao serviço de nuvem do Alibaba um fluxo potencial de novos clientes.

Sem dúvida Alibaba vai enfrentar forte concorrência no mercado norte-americano. Mas para Charlie Dai, analista da Forrester Research, a abertura do centro de dados no Vale do Silício envia outra mensagem: Alibaba quer ser uma empresa global.

Embora as receitas nos negócios em solo americano possam ser pequenas no início, Dai disse que este é um bom movimento, especialmente após a sua abertura de capital. "Todo investidor quer saber se Alibaba tem qualquer potencial grande a nível global", disse o analista.

No ano passado, o Alibaba foi listado nos EUA com a maior IPO (Oferta Pública Inicial) do mundo, no valor de US $ 25 bilhões. A companhia opera dois dos maiores sites da China de varejo on-line, mas, além disso, o Alibaba tem desenvolvido os seus serviços de computação em nuvem. Neste mercado, Alibaba tem mais de 1.4 milhões de clientes na China, onde também compete contra Amazon e Microsoft.

Dai afirma que para ter sucesso nos EUA, o Alibaba pode usar a sua experiência na gestão de plataformas de e-commerce, para se destacar entre a concorrência.

Embora o foco da gigante do e-commerce sejam as empresas indo para o mercado global, nem todas as companhias chinesas de tecnologia têm se saído bem no solo norte-americano.

Outro problema que Alibaba deve enfrentar são os vínculos com o governo chinês, como ocorreu por volta a 2012 com as fornecedoras Huawei e ZTE. As duas empresas enfrentaram o Congresso norte-americano sobre essa questão. Com as acusações de que a China patrocina ataques de hackers, o negócio de computação na nuvem pode chamar a atenção quanto aos clientes que a Alibaba hospeda.

Além disso, para Dai o uso de uma própria tecnologia proprietária para a hospadagem na nuvem poderia causar dificuldades aos clientes que desejarem migrar dos serviços concorrentes para a plataforma Aliyun.