A cidade de Berkeley nos Estados Unidos acaba de passar uma lei que obriga todos os vendedores de celulares a colocar avisos sobre o perigo da radiação dos aparelhos, aconselhando os usuários a não carregá-los próximo ao corpo.

“É muito importante espalhar esta informação”, é o que diz o prefeito da cidade, Tom Bates, que votou a favor da medida. Hoje em dia a maioria dos celulares emite um nível de radiação que está dentro da medida de segurança das agências de fiscalização. Apesar disso, é comum que quase todos os manuais de instrução deste tipo de aparelho avisam que o ideal é mantê-los com uma distância de até 20 milímetros da pele.

Segundo uma pesquisa recente na cidade, 74% dos cidadãos de Berkeley carregam um celular nos seus bolsos da calça, um local que é considerado de contato próximo. O relatório também diz que 66% das pessoas, desconhecem o fato de que as empresas de celular recomendam que ele não seja carregado próximo a pele.

A nova lei municipal vai obrigar que esse tipo de aviso seja evidenciado, com grandes painéis nas lojas e até mesmo a distribuição de flyers para conscientizar a população, toda vez que alguém adquirisse um celular. O aviso oficial será esse reproduzido aqui embaixo:

“Para manter a sua segurança, o governo federal recomenda que os telefones celulares mantenham as regras de exposição à ondas de rádio, se você carrega seu celular no seu bolso da calça ou da camisa, ou em seu sutiã enquanto ele está ligado e conectado a uma rede wireless, você pode estar ultrapassando as regras de segurança sobre controle de radiação. Este risco em potencial é ainda maior em crianças. Leia o manual de instruções do seu telefone para saber como utilizá-lo com segurança”

As ações da Prefeitura de Berkeley não são levianas, esta semana 190 cientistas de 39 países publicaram um documento sobre os perigos em potencial de campos eletromagnéticos e tecnologia sem fio. O grupo pede por mais estudos imparciais sendo conduzidos por organizações como a ONU e a OMS.

“Numerosas publicações científicas recentes têm mostrado os efeitos que campos eletromagnéticos têm sobre organismos vivos, mesmo quando emitidos em frequências bem menores do que os limites impostos por parâmetros nacionais e internacionais. Efeitos incluem o aumento do risco de câncer, estresse celular, aumento de radicais livres, danos genéticos, danos estruturais e funcionais ao sistema reprodutor, déficits de memória e aprendizagem, desordens neurológicas, impactos negativos no bem estar humano.”

O debate sobre o quanto estes aparelhos podem nos fazer mal ainda está longe de chegar ao fim. Apesar disso, a lei de Berkeley faz sentido, já que ela não está explorando uma situação pouco estudada, e sim querendo evidenciar o que já é provado e reconhecido pelas próprias fabricantes de celulares.