Economia e mercado 11 Out
Atualização (28/11/2022) - GS
Nos últimos dias, a análise sobre a fusão entre Activision Blizzard e Microsoft nos trouxe informações reveladoras sobre os bastidores da indústria dos videogames, graças às respostas fornecidas pela gigante de Redmond e as novas acusações feitas pela Sony.
No início de outubro, a Microsoft acusou a Sony de bloquear o Game Pass nos consoles PlayStation, o que prejudica os consumidores. A acusação foi feita como um respaldo da Microsoft para tentar conseguir a aprovação do negócio pela Comissão Europeia.
Em seu documento de resposta, a Sony revela que essa afirmação da Microsoft é ridícula, tendo em vista que ela também proíbe a inclusão da PlayStation Plus nos consoles Xbox.
A Microsoft argumenta que a demanda por serviços de assinatura de vários jogos não favoreceria o Game Pass porque a Microsoft também disponibilizaria o Game Pass no PlayStation. Mas uma disponibilidade mais ampla do provedor líder (Game Pass), agora dotado de conteúdos insubstituíveis exclusivos e protegido por efeitos de rede diretos e indiretos, tornaria mais difícil - e não mais fácil - a concorrência dos serviços rivais de assinatura de vários jogos. A posição da Microsoft de que a disponibilidade do Game Pass no PlayStation seria uma solução para os danos dessa transação soa particularmente vazia, visto que a Microsoft não permite que o PlayStation Plus esteja disponível no Xbox.
Em sua defesa, a Microsoft volta a destacar que a Sony bloqueou a inclusão do Game Pass no PlayStation e que não existe base para comprovar que a aquisição de Call of Duty poderia resultar em um aumento dos serviços de assinatura no lugar dos consoles.
A empresa reforça que, mesmo que os jogos sejam colocados no Game Pass, eles ainda estarão disponíveis para compra nas lojas, permitindo que os jogadores do PlayStation ainda possam adquirí-los, o que é muito mais barato do que adquirir um novo console.
O grande problema é que essa resposta da Microsoft é um pouco falha, tendo em vista que o Game Pass permite que os jogadores tenham acesso aos jogos sem sequer precisarem de um console, fora o fato de que isso também se estenderá às futuras gerações de console, podendo ser usado pela Microsoft para atrair novos jogadores.
De todo modo, a Activision declarou que não pretende colocar seus lançamentos em serviços por assinatura, mesmo após a possível fusão com a Microsoft. Sendo assim, nos resta esperar para descobrir o que vai acontecer.
Texto original - 13/10/2022
Nas últimas semanas, Sony e Microsoft tiveram sua briga exposta ao público no processo de aquisição da Activision Blizzard.
Em uma leva de documentos enviadas ao órgão do Reino Unido, a dona do Xbox acusa a companhia japonesa de bloquear o Game Pass nos consoles PlayStation, prejudicando seus consumidores.
No início de setembro, a Autoridade de Competição e Mercados (CMA na sigla original), órgão regulador antitruste do Reino Unido, trouxe seu veredito inicial sobre a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft e optou por ampliar a investigação para uma segunda fase.
A preocupação do órgão é que os rivais da Microsoft, principalmente a Sony, saiam enfraquecidos com franquias como Call of Duty sendo exclusivas do Xbox, além do catálogo da Activision Blizzard no Game Pass poder quebrar a concorrência de outros serviços de jogos em nuvem.
Em um documento compartilhado por Tom Warren do The Verge, a Microsoft utilizou palavras duras para acusar o órgão regulador do Reino Unido de estar mais preocupada com o PlayStation do que com o consumidor final, atacando a Sony pelos aumentos de preços, mesmo sendo líder do mercado.
Microsoft says Sony has "chosen to block Game
— Tom Warren (@tomwarren) October 12, 2022
Pass from PlayStation" and that it has "elected to protect its revenues from sales of newly released games, rather than offer gamers the choice of accessing them via its subscription, PlayStation Plus." All a response to UK's CMA pic.twitter.com/ytOIhLRoIr
Entretanto, a acusação mais interessante é que a Microsoft sugere que ofereceu o Xbox Game Pass no PlayStation, algo que sua rival teria bloqueado. Com a decisão, ela teria negado aos seus clientes a opção de escolha pelo serviço.
A Microsoft também frisa que como todos os jogos disponíveis no Game Pass podem ser comprados, os jogadores de Call of Duty ainda poderão comprar o jogo no PlayStation, um valor que sairia mais barato do que obter um console Xbox.
A companhia também alfineta a Sony, dizendo que a japonesa não sabe lidar com a competição e optou por proteger suas receitas ao vez de colocar seus lançamentos diretamente no PlayStation Plus.
Comentários