20 Outubro 2014
O Windows Phone firmou-se recentemente como uma das três principais plataformas móveis do mercado. Em alguns lugares, ele é o segundo sistema operacional para smartphones mais usado. Quando analisamos os números absolutos de todos os smartphones, no entanto, percebemos que a plataforma de Redmond ainda não cresceu o suficiente.
Há quem diga que o sistema é incompleto, ou o seu hardware não é competitivo. Dentro de sua própria proposta, contudo, o Windows Phone está bem resolvido em termos de software e hardware. Outros, no entanto, citam a falta de aplicativos. Felizmente, essa é uma falha que já está cada vez mais sanada, pois a loja de apps possui boa parte dos principais aplicativos para smartphones.
Existe, contudo, algumas explicações que talvez consigam explicar, em parte, o pouco prestígio que o Windows Phone tem para com o mercado consumidor. A começar pela própria marca da desenvolvedora da plataforma.
Microsoft: uma marca cansada
A principal marca da casa de Redmond sofreu certo desgaste. Em 1990, a Microsoft dominava todos os aspectos da computação pessoal. Você, contudo, não comprava os produtos de Bill Gates só por que queria, sim por não haver outra opção viável.
Afinal, o Linux não possuía, na época, uma interface tão amigável quanto as inúmeras distribuições que existem hoje. Já o Mac OS, por sua vez, até hoje não alcança o mesmo sucesso nos desktops que o Windows.
Na era dos dispositivos móveis, no entanto, tudo mudou. A Apple iniciou uma nova realidade com o iOS e uma infinidade de aplicativos. Logo em seguida, veio a Google com o Android, finalmente fazendo a filosofia Open Source tornar-se algo viável; e melhor, de sucesso.
Quando o jogo virou, parece que sobrou certo ranço para com a Microsoft. É um ressentimento irracional, contudo existe. O grande público - e até veículos especializados nos EUA - simplesmente passaram a esnobar o Windows Phone 7.
O público mais jovem, por sua vez, supostamente não estaria afetado pelo cansaço da marca oriundo dos anos 90. Esses compradores, no entanto, chegaram a um mercado consumidor onde a Microsoft não tinha o mesmo prestígio de anos atrás. Afinal, é mais fácil que os mais jovens estejam com um smartphone ou tablet - campo do Google e da Apple - do que um laptop, que é habitat natural da marca Windows.
Windows Phone: o último a chegar na festa
Esse, possivelmente, é o problema mais grave para a plataforma móvel da Microsoft. O Windows Phone chegou tarde demais ao mercado, quando os dois principais concorrentes desse nicho já haviam se estabelecido.
Para termos uma ideia desse atraso, basta lembrarmos que a Apple lançou o iPhone em 2007. No primeiro smartphone da Maçã, tivemos a pré-versão daquilo que mais tarde viria a ser o iOS. Pouco tempo depois, a Google apresenta ao mundo o seu Android.
O Windows Phone 7, por sua vez, chegou apenas em 2010, quando seus concorrentes já estavam consolidados no mercado. Sabe-se, no entanto, que a versão realmente competitiva dessa plataforma veio apenas em 2012, com a chegada do Windows Phone 8. Logo, quando a Microsoft resolveu levar a sério e finalmente amadurecer a sua plataforma, já haviam se passado cinco anos do lançamento do Android e iOS. E isso, todos sabemos, é uma eternidade no mundo da tecnologia.
“Celera”, Windows
O Windows Phone está como a terceira plataforma móvel do mercado, contudo essa situação está longe de ser confortável. Crescer quando ainda há tanto preconceito e desconhecimento é uma tarefa realmente hercúlea. A Microsoft, todavia, possui bastante dinheiro para continuar bancando o seu sistema até conseguir fazê-lo se popularizar.
A solução, possivelmente, está em continuar com sua boa experiência de satisfação ao cliente. Afinal, é comum que a casa de Redmond acrescente funções que os seus usuários pedem na sua página de User Voice. Dessa forma, cativando os clientes que já tem, aumenta a boa aprovação e imagem do sistema.
Outra tecla sempre batida quado tratamos de informática é: inovação. Pessoas costumam trocar os seus smartphones regularmente, portanto vão reclamar severamente quando não houver inovação concreta.
A própria Microsoft está bem diferente de uns anos atrás. Está mais ágil. Se pensarmos bem, há quatro anos, seus smartphones não tinham entrada para cartão de memória, eram single SIM, com apenas poucos tipos de processador e resolução de tela. Hoje, o Windows Phone praticamente comporta tudo o que há de mais moderno em tecnologia.
Resta a Microsoft, portanto, continuar no seu caminho, cativar os clientes e mostrar a sua nova face como empresa para o grande público. E você, caro leitor, o que acha que o Windows Phone precisa para se tornar de uma vez uma plataforma móvel tão atraente ao grande público como o Android e iOS? Deixe o seu palpite nos comentários.
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