A Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNIL) da França ordenou que a Microsoft cumpra com a Lei de Proteção de Dados vigente naquele país. Há um incômodo com o "recolhimento excessivo de dados e de rastreamento de navegação dos usuários sem o seu consentimento", segundo o órgão.

O prazo dado por tal comissão é de três meses, ou seja, até o fim de outubro.

Logo após o lançamento do novo sistema operacional da Microsoft, em julho de 2015, CNIL começou a investigar o software e questionou a companhia sobre a política de privacidade. O grupo descobriu que o Windows 10 coletou dados de forma excessiva - e alguns até irrelevantes - que podem causar uma assustadora falta de segurança para os usuários. Estas informações seriam coletadas pelo Windows ou por parceiros através de programas para oferecer publicidade direcionada.

A entidade deixa claro que o pedido só é aplicado na França:

Dadas essas informações, o líder do CNIL decidiu emitir um aviso formal a Microsoft Corporation para cumprir com a Lei no prazo de três meses. Este processo apenas se compromete autoridade de proteção de dados francesa.

A companhia norte-americana já emitiu nota sobre a situação e garantiu que irá fazer um novo acordo com os usuários baseado no acordo Privacy Shield, adotado recentemente nos Estados Unidos e União Europeia. O novo marco jurídico sobre a transferência dos dados pessoais com fins comerciais tem como objetivo proteger os direitos dos cidadãos dos países envolvidos das tentativas de espionagem.

Diz a empresa de Bill Gates, em nota:

A Microsoft lançará uma declaração de privacidade atualizada no próximo mês que vai dizer que a companhia pretende adotar o Privacy Shield. Estamos trabalhando agora para cumprir os requisitos do Privacy Shield.

Ao instalar o Windows 10 em seus máquinas, os usuários concordam com o assustador termo que diz o seguinte: "nós vamos acessar, divulgar e preservar os dados pessoais, incluindo o seu conteúdo (como o conteúdo de seus e-mails, outras comunicações privadas ou arquivos em pastas privadas)" sob a justificativa de que isso é preciso para "personalizar sua experiência".