
25 Julho 2022
Temos em mãos o One Fusion, um smartphone intermediário desenvolvido pela Motorola com base em pesquisa realizada em conjunto com os consumidores. A ideia deste modelo é oferecer tudo o que o público quer: processador potente, muitas câmeras e bateria de longa duração por um preço acessível. E claro que o TudoCelular não deixaria de testar a novidade para ver se ele realmente entrega um bom conjunto e se vale os R$ 1,8 mil que a Motorola pede por ele.
O One Fusion vem em embalagem escura com logo e nome cromados. Os acessórios são quase os mesmos dos demais da linha, com exceção do carregador.
Começamos pelo seu design que não chega a chamar a atenção de cara. Ele é mais simples que o Fusion Plus e sua câmera pop-up. Aqui temos o tradicional entalhe em formato de gota, o que passa a sensação de ser um projeto mais antigo do que temos em lançamentos recentes da linha Moto G8.
Você encontra o Fusion em duas opções de cores: essa Verde Esmeralda e a Azul Safira. Em ambas temos um tom degradê com o centro mais escuro e a curvatura das bordas e laterais do aparelho mais claras.
Sua qualidade de construção é simples com corpo feito de plástico, mas ele acaba sendo mais pesado que demais do segmento. Poderíamos dizer que a culpa é da bateria de alta capacidade, mas há rivais com mesmo tamanho de bateria que são mais finos e leves.
Motorola vem seguindo a LG e adicionando um botão dedicado para o Google Assistente, que no Fusion fica acima das teclas de volume. Ele possui bordas mais largas que o torna maior que rivais da linha Galaxy com mesmo tamanho de tela.
A impressão que temos é que o Fusion deveria ser um celular básico, mas que recebeu hardware de intermediário de última hora e foi lançado às pressas pela Motorola. Ele não tem NFC e nem Wi-Fi 5 GHz.
Sua tela também é muito básica pelo preço cobrado. O painel escolhido é um LCD IPS simples com resolução apenas HD+ e cores sem vivacidade. O brilho máximo é razoável, mas já vimos melhores da Motorola mais baratos. O nível de contraste poderia ser maior, assim como o ângulo de visão.
Há apenas um alto-falante localizado na traseira que abafa o som com facilidade. É algo similar ao Moto G8 Power Lite e entrega mesma qualidade sonora com agudos estridentes e áudio desbalanceado. Pelo preço que a Motorola cobra no One Fusion era esperado ver som estéreo de boa qualidade como temos nos Moto G8 Power e G8 Plus.
O fone de ouvido que vem de brinde é o mesmo dos modelos da linha Moto G. É um bom fone que não peca em conforto e qualidade sonora.
Ok, vamos ao primeiro ponto importante: hardware potente. Diferente dos demais intermediários da marca, este traz processador da série 7 da Qualcomm. Tudo bem que o Snapdragon 710 já é meio antigo, mas é melhor do que ver o Snapdragon 665 pela décima vez.
Em uso com apps populares você terá bom desempenho, porém basta abrir alguns jogos que tudo fica lento. Mesmo com 4 GB de RAM o Fusion sofre para manter uma boa quantidade de apps abertos em segundo plano. As animações também são um pouco lerdas. Ele foi muito mais lento em nosso teste de velocidade que o Multilaser H com o mesmo chip.
Em benchmarks temos pontuações abaixo do Snapdragon 720G do Note 9S e 730 do Fusion Plus, como já esperado, mas supera o Multilaser H no AnTuTu e o Exynos 9611 do Galaxy A51.
A combinação de GPU potente com tela HD+ garante ao Fusion ótimo desempenho em jogos. Todos os títulos que rodamos entregaram boa fluidez. No PUBG foi possível jogar na qualidade Alta HD sem sofrer com engasgos. O Asphalt 9 não apresentou problema de congelamentos como comumente é visto em intermediários menos potentes.
Mas um fato curioso é que não foi possível usar a realidade aumentada do Pokémon Go, por mais que a Motorola alegue que o One Fusion tenha giroscópio.
Como é obrigatório em qualquer intermediário atual, o Fusion também vem com câmera de 48 MP. As suas demais câmeras são as mesmas do Fusion Plus, e isso inclui uma ultra-wide para fotos mais amplas, uma dedicada para macros e outra para desfoque de cenário.
O Fusion é capaz de registrar boas fotos, seja fora de casa em dias ensolarados ou mesmo em locais fechados ele faz um bom balanço entre brilho, cores e saturação. Há detalhes suficientes e nem mesmo o que está distante perde nitidez.
Infelizmente, não podemos dizer o mesmo da ultra-wide. A qualidade cai bastante, a nitidez é sacrificada e as cores tendem para tom mais frio. Há uma pequena distorção de lente que pode incomodar quem for se aventurar com a lente mais aberta.
A macro, por outro lado, empolga muito mais. Ela tem foco automático e registra muitos detalhes de plantas e animais. A de desfoque gera um bom efeito retrato com poucas falhas.
Fotografar à noite com o Fusion não chega a ser uma experiência frustrante graças ao Night Vision. É o mesmo modo noturno do Moto G8 Plus e alguns outros, e funciona muito bem. As fotos saem mais claras sem serem penalizadas com excesso de ruídos. Detalhes antes devorados pela escuridão são restaurados e mesmo em locais com luz mais amena é possível registrar fotos melhores ativando o modo noturno.
Só esperávamos mais da câmera frontal. Ela tem apenas 8 MP e peca em selfies com baixa nitidez. Dá para publicar no Instagram sem passar vergonha e você pode ativar o modo retrato que reduz a sensação de foto fora de foco. Porém em locais com forte iluminação de fundo terá selfies com fundo estourado já que o HDR normalmente é desativado e às vezes o recorte é mal feito. A boa notícia é que a câmera frontal do Fusion não sofre para fotografar à noite.
A filmadora permite gravar até na resolução 4K com a câmera principal. A qualidade dos vídeos é decente e o áudio é estéreo com som limpo. A estabilização eletrônica quebra o galho, mas já vimos melhores. O foco é ágil de dia e não fica muito lento em locais escuros, exceto quando você filma em Full HD a 60 fps. Curiosamente, esta não é a primeira vez que vimos isso acontecer. É possível filmar com a câmera macro, mas nem perca seu tempo com isso.
O Fusion não é o primeiro celular da Motorola com uma generosa bateria de 5.000 mAh, mas a combinação de Snapdragon 710 e tela HD+ fez bem. Ele conseguiu superar o Moto G8 Power em nosso teste padronizado de autonomia e chegou muito perto de superar o G7 Power, que ainda é o nosso rei em bateria.
Com o Fusion você terá bateria para dois dias tranquilamente, sendo possível pegar pesado com várias horas de vídeos e jogos e ainda ter carga para o dia todo. O que decepciona é a Motorola ter economizado no carregador. Ao invés do TurboPower de 18W presente em seus outros intermediários, temos aqui um acessório mais básico que fornece apenas 10W de potência.
E o que esperar de uma bateria grande combinada com um carregado fraco? O Fusion demora mais de 2 horas e meia para recarregar. Uma carga rápida de 15 minutos recupera menos de 15% de bateria.
Pelo menos a Motorola não lançou mais um celular com Android defasado desta vez. Aqui você tem a versão 10 do robozinho logo ao tirar o Fusion da caixa. A interface é a mesma dos demais da marca com suporte a pequenas customizações pelo app My UX e também o tradicional app Moto com os vários gestos famosos da linha Moto G.
Um detalhe bacana é o efeito de animação da home quando você muda de tela. Fora isso, é tudo muito limpo e com poucos apps de fábrica como é de se esperar de um sistema que tenta ser o mais próximo possível do Android puro. Veremos o Android 11 nele algum dia? Possivelmente, mas vindo da Motorola não crie muitas expectativas.
Vale pagar R$ 1.799 pelo Fusion? Ele realmente tem hardware potente, registra boas fotos e sua bateria dura muito. O que mais os brasileiros poderiam querer? Bem, Motorola capou várias tecnologias que são importantes para chegar cobrando mais barato que a concorrência.
Na mesma faixa de preço você encontra o Galaxy A51. Ele perde em bateria, mas ganha em desempenho e câmeras. Você pode nem mais lembrar do Multilaser H, porém o intermediário nacional entrega velocidade muito superior ao da Motorola com hardware similar e custa menos atualmente.
Entre os importados podemos citar o Redmi Note 9s. Seu desempenho no geral é próximo do Fusion, porém é ainda melhor em jogos. Sua bateria rende muito e oferece boas câmeras. O ruim é ter que abrir mão da garantia, já que a versão nacionalizada vendida pela DL custa bem mais caro.
O One Fusion tem preço bacana de lançamento que ficará ainda melhor nos próximos meses
Embalagem vem com quase tudo que você precisa, só faltou película para a tela
One Fusion é um celular grande e escorregadio. Pelo menos vem com capinha na caixa
O Android levemente modificado da Motorola é muito simples e fácil de usar, além de vir com alguns extras de customização
O One Fusion tem tela e som razoáveis; uma tela OLED e som estéreo seriam bem-vindos
O Fusion é um intermediário bacana, mas peca por deixar algumas tecnologias importantes de lado
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