Lançado em outubro no Brasil, simultaneamente ao G35, o Moto G75 não ocupa a posição de topo de linha da família Moto G, atualmente ocupada pelo G85. Diante disso, surge a dúvida: será que a compra do modelo "inferior" se justifica? Para avaliar se o Moto G75 é um investimento inteligente, analisaremos seus pontos fortes e fracos nesta análise do TudoCelular.

O Moto G75 vem em embalagem feita de papel reciclado e além do celular, você recebe os seguintes acessórios:

• Carregador TurboPower com 33W de potência
• Cabo USB no padrão C
• Chavinha da gaveta do SIM card
• Guia do usuário

O Moto G75 adota a aparência vista na linha recente de dispositivos Motorola. Seu design dispensa o módulo de câmera saliente, optando por uma discreta elevação na parte traseira que acomoda os dois sensores e o flash LED.

Um dos seus grandes destaques está na certificação militar (MIL-STD-810H), inédita em modelos Moto G, que garante maior robustez e resistência a condições ambientais adversas, incluindo calor e frio extremo e umidade elevada. A proteção contra água e poeira é assegurada pela certificação IP68, complementando a resistência oferecida pelo Gorilla Glass 5 na tela, que proporciona maior proteção contra riscos e impactos.

A construção do aparelho utiliza plástico como material principal, com bordas não muito largas. A escolha estética se apresenta em duas variações de acabamento traseiro, dependendo da cor selecionada: plástico fosco ou um material mais macio descrito pela Motorola como "couro vegano". O Moto G75 está disponível em três cores: a azul, aqui analisada, além de cinza e preto.

A parte frontal não traz curvatura como visto no modelo superior da linha e temos bordas mais largas por conta do tipo de tecnologia empregada em sua tela. Seu leitor biométrico vem incorporado ao botão de energia e demonstrou funcionamento eficiente em nossos testes.

Uma ausência notável é a entrada padrão para fones de ouvido. No entanto, o dispositivo compensa com um slot dedicado para cartão microSD, oferecendo expansão de armazenamento. Para ter uma segunda linha, a solução adotada é a tecnologia eSIM, dispensando um segundo slot físico para chip.

No que tange à conectividade, o G75 se mostra completo, oferecendo Wi-Fi 6E, Bluetooth 5.4, NFC e suporte a redes 5G.

A Motorola adotou uma tela grande de 6,8 polegadas com resolução Full HD+ e painel IPS LCD com taxa de atualização de 120 Hz. Há a promessa de brilho máximo de 1000 nits por parte da fabricante e ficamos contentes de ver que este valor foi alcançado em nossos testes, o que nem sempre é o caso.

Embora uma tela OLED pudesse proporcionar cores mais vibrantes, contraste superior e amplo ângulo de visão, o painel do G75 demonstra desempenho satisfatório na reprodução de vídeos e jogos, mesmo em ambientes com alta luminosidade.

A taxa de atualização vem em modo automático por padrão, com opções de travamento em 60 Hz ou 120 Hz priorizando, respectivamente, a economia de bateria ou o desempenho. Adicionalmente, há a possibilidade de ajuste da saturação de cores, permitindo a escolha entre perfis mais neutros ou vibrantes, bem como o controle da temperatura de cor.

A parte sonora agrada ao usar o alto-falante de chamadas como canal secundário, o que garante som estéreo. A potência está na média do segmento e não apresenta distorção com o volume máximo.

O bom equilíbrio entre as frequências graves, médias e agudas resulta em uma experiência agradável para reprodução de músicas, filmes e jogos. A presença de um equalizador completo, com diversos perfis de otimização, incluindo suporte ao Dolby Atmos, contribui para uma experiência auditiva imersiva e customizável.

O Moto G75 vem equipado com a plataforma Snapdragon 6 Gen 3, que ironicamente é mais potente que o hardware presente no G85. A versão comercializada no Brasil possui 8 GB de RAM, expansível virtualmente até 16 GB via RAM Boost, e oferece apenas a opção de armazenamento interno de 256 GB.

Ele foi ágil em nosso teste de velocidade focado no multitarefas, superando não apenas o modelo mais avançado da Motorola, mas também acima de muito intermediário. No AnTuTu, chegamos próximo dos 600 mil pontos, o que é uma boa pontuação para a categoria.

Em nossos testes, Call of Duty Mobile apresentou boa jogabilidade em qualidade alta com apenas o anti-aliasing ativado e PUBG demonstrou boa fluidez em qualidade Ultra HD com todos os recursos extras habilitados.

Este é mais um celular da Motorola que adota bateria com capacidade energética de 5.000 mAh. E, diferente de outros modelos recentes da marca que apresentam ótima autonomia com o mesmo tamanho de bateria, este acabou entregando resultados apenas decentes.

Em testes de uso moderado, incluindo alguns jogos, a autonomia da bateria atingiu 25 horas. Embora este resultado seja considerado satisfatório, usuários que passam várias horas jogando podem necessitar de uma recarga adicional ao final do dia.

O carregador TurboPower de 33W incluso na caixa do aparelho permite recarga completa da bateria em 1 hora e 16 minutos. Para carregamentos rápidos, 15 minutos na tomada fornecem aproximadamente um terço da capacidade, enquanto 30 minutos resultam em cerca de 60% de carga.

Embora possua três anéis na traseira, o Moto G75 conta com apenas duas câmeras. A principal, com sensor Sony LYTIA 600 de 50 MP e a secundária, uma lente ultra-wide de 8 MP, que cumpre dupla função: amplia o campo de visão e realiza registros macro.

O smartphone entrega imagens de boa qualidade, empregando a tecnologia de compressão de pixels de 4 por 1 para otimizar o espaço sem prejudicar a nitidez. Usar a resolução completa é possível, mas o ganho em definição é pouco perceptível, não justificando o maior uso de armazenamento.

Pincipal | Ultra-wide

O zoom digital, mesmo na opção de 2x, apresenta perda de nitidez. No entanto, o desempenho geral agrada, com cores vibrantes e bom contraste. O HDR funciona eficientemente, controlando bem a luz de fundo e evitando fotos escuras ao fotografar no final de tarde.

Zoom

O efeito de desfoque, processado via software, falha em cenários complexos, como áreas com muita vegetação. O zoom máximo de 10x compromete a qualidade, apresentando cores e contraste reduzidos, além de imagens ruidosas e com artefatos. Os registros em macro, feitos pela lente ultra-wide, agradam pelo nível de detalhes, superando intermediários com câmeras macro dedicadas.

Desfoque

As fotos noturnas, principalmente as capturadas com a câmera principal, são satisfatórias. A ultra-wide, por conta de sua menor abertura, produz imagens mais escuras e enfrenta dificuldades com fontes de luz intensa. O zoom também sofre com a baixa luminosidade, mas ainda consegue registrar fotos razoáveis.

O modo Night Vision, acionado automaticamente em ambientes escuros ou manualmente para aumentar a exposição, melhora significativamente a clareza das fotos noturnas.

Noturno

A câmera frontal de 16 MP captura selfies detalhadas e com cores agradáveis. O efeito retrato funciona bem, com desfoque de fundo acentuado e boa separação de planos. À noite, a nitidez diminui levemente, mas os resultados permanecem dentro do esperado para a faixa de preço.

Selfies

As gravações em 4K, disponíveis nas câmeras traseira e frontal, apresentam boa estabilização, foco rápido e áudio razoável, embora a filtragem de ruídos de vento poderia ser melhor. A filmagem simultânea com as duas câmeras é possível, e os vídeos noturnos, mesmo com a ultra-wide, não chegam a sair muito escuros.

O Moto G75 chega ao mercado com Android 14 e a interface Hello UI, garantindo cinco grandes atualizações do sistema operacional e seis anos de patches de segurança, assegurando uma proteção prolongada ao seu dispositivo.

A interface, familiar aos usuários de outros modelos Motorola, permite ampla personalização de cores, fontes e ícones. As notificações e atalhos oferecem duas opções visuais: o estilo clássico e um design moderno, semelhante ao HyperOS da Xiaomi, com ícones minimalistas sem legendas. Ao puxar do lado esquerdo, terá acesso às notificações, enquanto do lado direto há os atalhos do sistema.

A Barra Lateral, acessível a partir de qualquer borda da tela, permite o acesso rápido aos aplicativos mais usados. O sistema suporta até cinco aplicativos em janelas flutuantes, com possibilidade de redimensionamento. Funcionalidades como o acionamento da lanterna por agitação e a abertura da câmera com a rotação do aparelho também estão presentes.

A função Acesso Rápido permite abrir aplicativos com um duplo toque na parte traseira do celular, enquanto o Smart Connect simplifica o pareamento com outros dispositivos, como tablets e PCs, para compartilhamento de conteúdo e espelhamento de tela em monitores ou TVs compatíveis com Miracast, expandindo as possibilidades de uso.

Embora o Moto G75 seja uma boa opção, seus concorrentes apresentam vantagens significativas.

O Redmi Note 13 Pro, um queridinho entre os brasileiros e com preço similar na plataforma de ofertas do TudoCelular, destaca-se por seu design compacto, tela OLED um pouco menor, mas com brilho superior. Apesar de resistência à água mais limitada, compensa com melhor desempenho em fotos noturnas e zoom, embora o HDR seja mais limitado e o multitarefas menos eficiente. A bateria, porém, apresenta maior autonomia e tempo de recarga menor.

O Galaxy A35, também mais compacto, possui tela menor e resistência à água e poeira. Ele conta com tela Super AMOLED com brilho superior, mas peca no desempenho multitarefas. Sua bateria dura um pouco mais, contudo, a recarga é mais lenta. Por fim, suas câmeras se sobressaem, especialmente em selfies e vídeos.

Pontos fortes

• Resistência militar e proteção contra água
• Som com boa qualidade
• Bom desempenho em jogos
• Câmeras fazem bem o básico

Pontos fracos

• Merecia tela OLED
• Bateria rende menos que outros da Motorola
• Zoom é bastante limitado