07 Abril 2021
A Nokia está de volta ao Brasil graças a uma parceria entre a HMD Global e a Multilaser, e o primeiro celular a desembarcar por aqui é o Nokia 2.3, um dos mais básicos da marca atualmente. Ele chega inicialmente por R$ 899 e precisa provar para o consumidor brasileiro que entrega um melhor conjunto que os modelos de entrada da Samsung, Motorola e LG. Será que consegue? É isso que você vai descobrir nessa análise completa do TudoCelular.
A caixa do Nokia 2.3 lembra a de antigos modelos da marca. Em seu interior encontrará:
- Carregador de 5W fabricado pela Multilaser
- Cabo USB no padrão micro
- Capinha de silicone
- Chavinha da gaveta do SIM/MicroSD
- Fone de ouvido
- Guia rápido do usuário
O Nokia 2.3 tem acabamento simples em plástico com traseira texturizada que ajuda na pegada e faz o aparelho escorregar menos da mão. Ele pode ser encontrado no mercado nacional nesta opção verde e também nas cores dourada ou cinza.
Por ser um produto de baixo custo, algumas tecnologias ficaram de fora como o leitor de digitais. A única biometria presente é a facial, que não é das mais rápidas. A entrada USB ainda é no padrão micro e não há conectividade Wi-Fi 5 GHz. Pelo menos o Bluetooth é 5.0.
Na lateral há um botão dedicado para o Google Assistente e a entrada para fones de ouvido fica no top do aparelho. Na parte frontal temos entalhe em formato de gota e uma borda mais larga abaixo da tela com o nome da Nokia estampado.
Ele não vai te conquistar pelo design, mas pela qualidade de construção que supera rivais também feitos de plástico. A marca sempre foi famosa por produzir celulares robustos e isso não mudou.
Um ponto que a Nokia não economizou foi na tela. O 2.3 vem com painel IPS LCD e resolução apenas HD, mas tem brilho forte e contraste elevado, o que deixa o preto menos acinzentado do que outros celulares baratos.
Porém a experiência fica comprometida por causa da má calibração da tela. A imagem exibida foge muito da realidade devido à temperatura fria das cores, o que torna o branco azulado. A boa notícia é que o Android do Nokia 2.3 permite ajustar o balanço de branco nas configurações de tela, o que reduz o problema.
O seu único alto-falante tem potência apenas mediana. Pelo menos o som não chega a distorcer e apresenta qualidade superior a muitos celulares básicos. Já o fone de ouvido que vem de brinde não deixa esconder que é um acessório barato. Dá para ouvir suas músicas com qualidade decente, desde que não force muito o volume.
O ponto mais decepcionante no Nokia 2.3 é o desempenho. Ele vem com plataforma Helio A22, sendo inferior ao P22 que equipa a maiorias dos modelos de entrada atualmente. Aqui você tem um processador apenas quad-core e isso aliado a 2 GB de RAM faz o celular da Nokia simplesmente morrer para carregar apps e jogos.
O desempenho é tão sofrível que ele demorou mais de 7 minutos para abrir e reabrir uma dúzia de apps em nosso teste padronizado de velocidade. Enquanto há rivais com Helio P22 que levaram menos de 2 minutos.
Em benchmarks também não espere pontuações altas. Se você se importa com números vai ficar decepcionado com o que o Nokia 2.3 tem a oferecer. Ele é bom em jogos, pelo menos? Todos os games que testamos rodaram com fluidez aceitável. Não espere 60 fps em tudo e até mesmo alguns jogos mais atuais ficam bem abaixo disso. No PUBG ele permite escolher gráficos balanceados, mas o desempenho está longe do ideal e apresenta um pouco de lag.
Nokia sempre foi referência quando o assunto é câmera e até mesmo seus celulares mais baratos das antigas mandavam bem em fotos. Isso ainda continua? Tudo vai depender da iluminação.
Fotos ao ar livre apresentam boa nitidez, cores equilibradas e alcance dinâmico na medida. A secundária serve apenas para ajudar no desfoque de fundo e o resultado é bom. Funciona tanto com pessoas, quanto com animais ou plantas.
Em locais fechados já temos perda de nitidez e os detalhes são sacrificados. As fotos saem um pouco escuras, então ter uma fonte de luz por perto ajuda bastante. Em locais escuros é onde o Nokia mais sofre. As fotos perdem muita nitidez e se você for usar o flash só terá fotos ainda piores com uma imagem totalmente estourada.
Retrato
Já a frontal faz um melhor trabalho e registra selfies com mais detalhes que muitos básicos que testamos esse ano. Claro, isso quando há boa iluminação, mas mesmo dentro de casa ainda terá boas fotos. O problema fica apenas à noite. As selfies perdem o foco, há muitos ruídos e se for usar o flash de tela terá fotos com luz estourada.
A filmadora decepciona, não por gravar apenas em Full HD, mas pela qualidade inferior à das fotos e seu foco que não é muito ágil, e isso só piora ainda mais à noite. Mesmo tocando na tela o celular demora para focar.
A câmera frontal sofre ainda mais ao filmar em locais escuros, apresentando muita queda na fluidez dos vídeos. A captura de áudio do Nokia 2.3 também é ruim. O som é mono e tem ruído metálico que normalmente vemos em celulares chineses muito baratos.
A bateria, por outro lado, é melhor do que o desempenho. É possível usar o Nokia 2.3 o dia todo e ainda sobrar um pouco de carga para a manhã seguinte. Como seu desempenho é fraco e provavelmente você usará apenas apps básicos como WhatsApp, será capaz de ter carga para dois dias completos.
E como é de se esperar de um celular barato, o carregador que vem junto com o Nokia é fraquinho e entrega no máximo 5W de potência. Ele é produzido pela Multilaser aqui no Brasil e não oferece carregamento acelerado. Ou seja, o Nokia 2.3 chega a passar 4h na tomada para ter sua bateria completamente recarregada. Com uma carga rápida de 15 minutos você recupera apenas 7%.
O Nokia 2.3 vem com Android One e recebeu a versão 10 este mês no Brasil. A Nokia pode não ser das mais ágeis em atualizações do robozinho, mas pelo menos vem tentando cumprir a promessa de updates garantidos.
E como já esperado, o Android é limpo e traz apenas o essencial para você usar o sistema. Pena que o hardware fraco não contribua para uma boa experiência. Até mesmo o rolar de página apresenta lentidão. O multitarefas é sofrível e até para voltar para a tela inicial é preciso esperar alguns segundos.
O preço de lançamento de R$ 899 pode soar atrativo, ainda mais quando Samsung e Motorola chegam pedindo R$ 1 mil por seus básicos. O Nokia 2.3 seria uma boa opção de entrada, pena que seja um aparelho que possui mais contras do que prós.
Ele é mais lento que todos os outros celulares de entrada que testamos no último ano, e isso inclui o Galaxy A01 e o Moto E6s que são seus maiores rivais atualmente. Já a bateria do Nokia dura bem mais, mas por outro lado demora muito mais para recarregar. Se quer uma opção melhor da Samsung, então o Galaxy A10s faz mais sentido.
A melhor alternativa ao Nokia 2.3 é o LG K40s. Ele chegou mais caro, porém custa bem menos atualmente e oferece um conjunto muito melhor, ficando abaixo só em bateria.
Pontos fortes
- Tela com brilho alto
- Bateria para mais de um dia
- Câmera tira boas fotos
Pontos fracos
- Falta leitor biométrico
- Som mono e baixo
- Desempenho de celular de 2014
- Tempo de recarga muito demorado
- Falta otimização de software
Há opções mais interessantes na mesma faixa de preço do Nokia 2.3
Embalagem segue padrão clássico da marca e traz capinha de silicone
Nokia 2.3 é um celular confortável de usar e não escorrega fácil da mão
Temos o Android One em sua essência, mas o sistema não responde tão bem
Tela é boa, mas parte sonora poderia ser melhor
O Nokia 2.3 é um celular decepcionante e marca o retorno da marca ao Brasil com o pé esquerdo
Onde Comprar
As melhoras ofertas para o Nokia 2.3