
10 Abril 2025
O Redmi 14C é o modelo de entrada mais acessível da Xiaomi, ideal para quem não precisa de conectividade 5G. Ele foi desenvolvido para usuários que buscam uma experiência simples, voltada para o uso de redes sociais, assistir a vídeos no YouTube e acessar notícias em sites como o TudoCelular. Mas será que o 14C é uma boa opção para quem procura um celular de entrada? Vamos analisar seus pontos fortes e fracos para entender se ele vale o investimento
O Redmi 14C vem em caixa diferente nas cores vermelhas e brancas sem a ilustração do aparelho. Além do celular, você recebe os seguintes acessórios:
A Xiaomi fez uma grande atualização no visual do Redmi 14C, deixando de lado o design convencional com um bloco simples de câmeras dispostas em dois pequenos aros para adotar um círculo maior que abriga não apenas a câmera, mas também o flash em LED. Essa mudança confere ao dispositivo um ar mais sofisticado, fazendo com que o modelo básico tenha a aparência de um aparelho mais avançado.
O Redmi 14C ficou maior, mais espesso e um pouco mais pesado devido ao aumento do tamanho da tela e da bateria. Na parte frontal, o tradicional entalhe em forma de gota ainda está presente, com a borda inferior mais larga que as demais. Embora esse design seja um tanto datado, ele ainda é comum em celulares de entrada.
O grande círculo que abriga as câmeras cria a ilusão de um sistema com quatro sensores, mas, na realidade, o dispositivo possui apenas duas câmeras. O flash em LED e o aro adicional, que exibe a resolução do sensor principal, completam a harmonia visual.
Cada cor do Redmi 14C traz um visual distinto. Testamos o modelo mais simples, todo em preto, mas há também uma versão em azul com efeito degradê, que apresenta um tom acinzentado na parte superior. O modelo verde possui acabamento fosco, que imita couro e reduz o acúmulo de marcas de dedo, em contraste com o modelo de vidro liso que testamos.
O design do Redmi 14C é plano em todos os lados, incluindo as laterais. Embora seja maior do que muitos celulares de entrada, o peso adicional não compromete a ergonomia. O leitor biométrico integrado ao botão de energia na lateral oferece um reconhecimento rápido e está bem posicionado.
No topo do dispositivo, encontramos a clássica entrada para fones de ouvido, algo que tem desaparecido até mesmo nos modelos mais baratos. Outra vantagem é a gaveta tripla, que permite usar dois chips ao mesmo tempo, sem abrir mão do slot para cartão microSD, o que facilita a expansão do armazenamento.
Um ponto negativo fica para a ausência do emissor infravermelho, tão comum em outros modelos da Xiaomi, que permite usar o celular como controle remoto para diversos eletrônicos. Por outro lado, ele oferece suporte a rádio FM, um recurso que pode ser útil para alguns. Em termos de conectividade, o Redmi 14C vem com Wi-Fi no padrão AC e Bluetooth 5.4
Um dos destaques do 14C é sua grande tela de 6,88 polegadas. Ela possui um painel IPS LCD com resolução HD+ e taxa de atualização de 120 Hz. A proteção frontal é garantida pelo Gorilla Glass 3, oferecendo resistência adicional contra riscos e impactos.
A Xiaomi promete um brilho máximo de 600 nits, e em nossos testes conseguimos registrar cerca de 500 nits no modo automático. Já no modo manual, é possível atingir até 400 nits de brilho. Embora não seja um resultado decepcionante, esse nível de luminosidade pode ser um pouco limitado para quem costuma usar o celular na rua.
Por outro lado, o 14C conta com certificações de proteção ocular, o que é um ponto positivo. Ele emite luz azul abaixo da média e apresenta uma variação de brilho mais estável do que outros smartphones, ajudando a reduzir o cansaço visual ao usar o celular por várias horas.
A taxa de atualização é ajustada automaticamente entre 60 e 120 Hz, permitindo uma economia de bateria quando necessário. As cores nativas tendem a ser um pouco saturadas, mas é possível alternar para um perfil mais neutro e até calibrar a temperatura de cor, conforme a preferência do usuário.
No entanto, a Xiaomi pecou no quesito áudio. O 14C não possui som estéreo, trazendo apenas um único alto-falante na parte inferior do aparelho. O som mono não é particularmente forte, o que pode ser um incômodo em ambientes mais barulhentos.
Além disso, a qualidade sonora não é das melhores. Os médios são quase inexistentes, embora os agudos e graves apresentem um bom equilíbrio. A presença de um equalizador com diversos perfis ajuda, mas o suporte ao Dolby Atmos, encontrado nos modelos mais avançados da linha, faz falta aqui.
O desempenho do dispositivo é garantido pelo chipset Helio G81 Ultra da MediaTek. Testamos a versão mais básica, com 4 GB de RAM, mas o 14C também está disponível em versões com 6 GB e 8 GB de memória, proporcionando uma experiência multitarefa mais fluida.
Como era de se esperar, o modelo básico teve dificuldades ao manter os aplicativos em segundo plano durante nossos testes de velocidade com apps populares e alguns jogos, o que o torna menos indicado para quem precisa realizar várias tarefas simultaneamente.
Além disso, não espere números impressionantes em testes de benchmarks. No AnTuTu, o dispositivo alcançou pouco mais de 250 mil pontos. E quanto aos jogos? Call of Duty Mobile rodou de forma satisfatória na qualidade Média, enquanto PUBG foi executado na opção gráfica HD, com taxa de quadros no Alto, mas ambos com os recursos extras desabilitados.
Como o aumento da capacidade da bateria impactou a autonomia do novo celular de entrada da Xiaomi? A expectativa era de uma duração maior, mas os resultados de nosso teste padronizado de bateria não confirmaram isso, revelando que a tela maior e a troca de chipset acabaram influenciando negativamente a performance.
O Redmi 14C conseguiu atingir 21 horas de uso moderado com sua bateria de 5.160 mAh em nosso teste. Embora não seja um desempenho ruim, é frustrante ver que ele ficou 4 horas abaixo do seu antecessor, que possui uma bateria menor.
O modelo acompanha um carregador de 33W, mas o tempo de carregamento não foi tão rápido quanto o esperado, levando quase 2 horas para carregar a bateria completamente. No entanto, uma carga rápida de 15 minutos é suficiente para recuperar 20% da bateria, e em meia hora na tomada, o dispositivo atinge 35%.
O conjunto fotográfico é composto praticamente por apenas uma câmera, que traz sensor de 50 MP. A segunda lente serve apenas para auxiliar no efeito de profundidade. A câmera macro de 2 MP do modelo anterior foi removida, mas muitos usuários podem nem sentir falta dela.
Como é comum em celulares com sensores de 50 MP, a compressão no modo padrão reduz a resolução para 12,5 MP. Nesse modo, as imagens apresentam boa nitidez, cores saturadas e uma ampla faixa dinâmica. O HDR eficiente ajuda a evitar fotos escuras quando há fontes de luz intensa, como o sol ao fundo. Usar a resolução máxima ocupa o dobro do armazenamento sem ganho notável na qualidade das fotos.
O ponto negativo surge ao utilizar o zoom ou o desfoque de fundo. Nesses casos, o HDR é desativado, o que resulta em fotos com fundos estourados. Em relação ao zoom, ao aproximar 2x, a perda de nitidez é aceitável, mas ela se agrava ao tentar fotografar objetos distantes.
Embora o dispositivo possua um sensor dedicado para o desfoque, o efeito não é tão bem executado em cenários mais complexos, como aqueles com muita vegetação. As fotos macro são feitas com o sensor principal, que, por não ter uma distância focal ideal, acaba limitando a captura de pequenos detalhes.
Em locais com pouca luz, o básico da Xiaomi não decepciona e consegue registrar boas fotos, desde que você tenha paciência com o foco. As cores e o contraste agradam, e os ruídos só se tornam evidentes ao ampliar a imagem ou usar o zoom digital.
A câmera frontal foi atualizada com um sensor de 13 MP e agora faz boas selfies, com um nível razoável de detalhes. As cores são agradáveis, e o tom de pele fica próximo do ideal. O desfoque é eficiente, com poucos erros visíveis. O maior avanço está nas selfies noturnas, que apresentam cores mais naturais e sofrem menos com ruídos.
Quanto à filmadora, ela continua gravando vídeos em Full HD, tanto com a câmera traseira quanto com a frontal. A qualidade das filmagens é decente, mas deixa a desejar na fluidez, que está abaixo do esperado. A estabilização é insuficiente para lidar com tremidos, o foco não é dos mais ágeis e a captura de som, além de ser mono, é abafada e tem dificuldade em lidar com o ruído do vento.
O Redmi 14C roda o Android 14, modificado pela primeira versão do HyperOS. Durante nossos testes, ele estava com o pacote de segurança desatualizado, com dois meses de atraso. Por isso, não espere atualizações rápidas ou um grande suporte por parte da Xiaomi no seu celular de entrada.
Um detalhe interessante é que o dispositivo vem com o recurso Extensão de Memória desativado por padrão. Essa função permite usar até 4 GB do armazenamento (nesse modelo que testamos) para ampliar a memória RAM, com a promessa de melhorar a experiência multitarefa.
O sistema é mais simples se comparado aos modelos mais avançados da Xiaomi, mas mantém alguns recursos práticos, como o suporte a gestos para captura de tela (deslizando três dedos) e a possibilidade de usar o botão de energia como atalho para a câmera ou lanterna.
No entanto, devido às limitações de hardware, não espere recursos avançados voltados para Inteligência Artificial.
No segmento dos celulares de entrada, quais alternativas temos ao Redmi 14C 4G? O Galaxy A06 é um dos mais populares e uma opção mais compacta. Ele fica devendo uma tela com taxa de atualização elevada e também não empolga na parte sonora. Por outro lado, o básico da Samsung é mais ágil no uso com vários apps e sua bateria rende mais. Ele também registra boas fotos e tem melhor filmadora.
O TCL 505 pode ser uma boa pedida para quem deseja receber um pacote completo com capinha, película e até fone de ouvido na caixa. Sua tela é de apenas 90 Hz, mas a parte sonora compensa a experiência multimídia com áudio estéreo. NFC para pagamentos é um extra bacana nem sempre presente no segmento de entrada, mas ele perde em desempenho multitarefas, sua bateria rende menos e as câmeras são mais limitadas.
Custo-benefício não é dos melhores entre os celulares de entrada
Embalagem traz carregador de 33W e capinha de silicone transparente
O Redmi 14C é um celular grande e escorregadio, mas pelo menos vem com capinha na caixa
Ele vem com versão mais simples do software da Xiaomi que deixa os recentes recursos voltados para IA de lado
Tela de 120 Hz é um bom avanço, mas o brilho continua mediano; o som mono também não empolga em potência ou qualidade
O Redmi 14C é um celular básico que não se destaca em nada e traz alguns retrocessos comparado ao seu antecessor
Onde Comprar
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