O Logitech MX Keys S é uma aposta da marca para quem busca produtividade, conforto e personalização em um teclado de perfil baixo. Com um design refinado, melhorias sutis em relação ao modelo anterior e a integração com o software Logi Options+, o MX Keys S se posiciona como uma excelente opção para profissionais que escrevem, editam e produzem conteúdo diariamente.

Durante os últimos dias, tive a chance de testar esse teclado no meu dia a dia, seja para a produção de textos e navegação na internet ou até mesmo para jogar um pouco de League of Legends nos momentos de lazer. Será que a Logitech conseguiu entregar um bom resultado? Confira em nossa análise completa.

Logo ao tirar o teclado da caixa, a primeira impressão que se tem é de que se trata de um produto premium. O acabamento em alumínio faz com que o produto ressalte sua durabilidade e sofisticação, mas é o toque nas teclas que realmente chama atenção.

As teclas possuem um perfil de membrana com mecanismo de tesoura, mas o grande diferencial é um relevo sutil em formato esférico em cada tecla, que guia os dedos naturalmente para o centro. Ao digitar, essa curvatura acomoda os dedos para maximizar o conforto, além de reduzir erros de digitação e aumentar a precisão mesmo após horas de uso.

Por falar em teclas, mesmo com tamanho compacto, o MX Keys S traz bom espaçamento entre as teclas para uma digitação confortável, além de muitos atalhos importantes na faixa superior e teclado numérico, o que é perfeito para quem precisa trabalhar com cálculos ou datas, ou até mesmo preencher valores de dimensões em um projeto.

Outro diferencial importante é a retroiluminação das teclas, que permite o uso do teclado em ambientes com baixa luminosidade e garante um ar ainda mais sofisticado ao dispositivo.

Com 1,12 kg, o teclado se mantém firme na mesa, sem deslizar, mesmo em mesas lisas. O seu formato de 45 cm por 14 cm o torna um teclado full-size ideal para estações fixas de trabalho, mas menos indicado para quem precisa de mobilidade frequente. O ângulo de inclinação de aproximadamente 6º é fixo, sem pés ajustáveis, mas confortável o suficiente para evitar cansaço nos pulsos. De qualquer forma, a marca oferece um apoio vendido separadamente, o que pode ajudar a aumentar a ergonomia e o conforto em usos prolongados.

Durante o uso, o teclado lembrou bastante um teclado de notebook, o que parece ser a proposta da Logitech aqui. Ainda que a portabilidade não seja o grande foco do dispositivo, o teclado possui versatilidade o bastante para ser transportado e até mesmo conectado com mais de um dispositivo ao mesmo tempo, mas entrarei em detalhes sobre isso adiante.

Instalar o MX Keys S é um processo rápido e direto. Ele se conecta via Bluetooth ou pelo receptor USB Logi BOLT, que substitui o antigo Logitech Unifying, oferecendo maior segurança e estabilidade.

O teclado também pode ser pareado com até três dispositivos ao mesmo tempo, alternando entre eles com apenas um toque nas teclas específicas. Em meu teste, conectei o teclado via USB no PC e via Bluetooth no iPhone, conseguindo alternar facilmente entre os dois aparelhos pelos botões de atalho, o que mostra como a versatilidade no uso foi uma preocupação aqui. Vale lembrar que é possível alterar os dispositivos conectados pelo Logi Options+.

O verdadeiro diferencial vem com o Logi Options+, software de configuração da Logitech. A interface é clara e intuitiva, e o aplicativo permite reprogramar as teclas de função (linha Fn), controlar a iluminação de fundo e, principalmente, criar rotinas automatizadas com o recurso Smart Actions.

O próprio app já traz algumas rotinas pré-configuradas, onde é possível criar automações para abrir o Chrome com uma nova aba no Gmail, ou até mesmo abrir o site da Netflix para o momento de descompressão. Para quem lida com processos repetitivos, é um ganho de tempo real e significativo.

Um ponto a ser criticado é que a Logitech acabou ficando refém de seus próprios produtos quando falamos de conectividade. Embora o conector Logi BOLT seja extremamente confiável no que diz respeito ao tempo de resposta do teclado, além de permitir que mais de um dispositivo seja conectado ao mesmo conector (como por exemplo um mouse e o teclado), isso não se aplica quando falamos do uso conjunto entre o MX Keys S e um aparelho da linha Logitech G, por exemplo.

Enquanto o Logi Options+ é o sistema responsável pelo controle da linha "básica" da marca, a linha gamer é controlada pelo Logitech G Hub, o que cria uma divisão entre os produtos, fazendo com que toda essa facilidade e versatilidade da conexão por um único receptor USB caia por terra. Embora seja pouco provável que um usuário mescle produtos das duas linhas, isso seria um ponto que a Logitech poderia simplificar para que a usabilidade ficasse ainda mais intuitiva e descomplicada.

Em termos de performance, o MX Keys S entrega uma das melhores experiências de digitação em teclados não mecânicos. As teclas são silenciosas, mas com uma resposta tátil clara. A sensação ao digitar é estável, com um leve “clique” quase imperceptível que transmite precisão.

Ao escrever este review, a fluidez das teclas ajudou a manter um ritmo constante, com mínima fadiga nos pulsos. O design côncavo se mostra eficaz para manter os dedos no lugar, mesmo durante sessões prolongadas. Para quem digita rápido, o layout bem espaçado evita o toque acidental em teclas vizinhas, algo comum em teclados compactos.

Durante a navegação entre documentos e abas, os atalhos da linha Fn se mostraram práticos. A presença de teclas dedicadas para emoji, ditado por voz (speech-to-text) e microfone (mute/unmute) refletem uma preocupação da Logitech com o dia a dia dos criadores de conteúdo e profissionais em reuniões remotas.

Um ponto a ser ressaltado é a falta da padronização ABNT2, algo que já havia sido destacado no review do Logitech G515 Lightspeed TKL. Ainda que os produtos da empresa sejam importados, o Brasil representa uma parcela importante do público que consome tecnologia na América Latina, o que faz com que o cuidado com essa adaptação seja importante para aproximar os consumidores, ainda mais quando falamos da produção de textos.

A Logitech promete até 10 dias de uso com retroiluminação ativada e até 5 meses com a luz desligada. Durante a nossa semana de testes, o teclado manteve a carga inicial mesmo com sessões diárias de 8 horas com a luz ativada, o que indica que a autonomia deve se sustentar bem com o uso típico.

O teclado também conta com sensores de proximidade, que acendem as luzes ao detectar suas mãos, e com ajuste automático de brilho conforme a iluminação ambiente — um detalhe que, além de eficiente, ajuda a prolongar a bateria. Quando necessário, basta conectar o cabo USB-C para recarregar e continuar usando normalmente.

Em suma, a duração de bateria ficou bem alinhada com o prometido pela empresa, não sendo necessário o carregamento constante, o que é ótimo para manter sua mesa livre de fios pelo maior período possível.

O Logitech MX Keys S é o tipo de produto que se sobressai na prática, sem depender de recursos chamativos. Ele entrega uma digitação silenciosa, confortável e precisa, com design elegante e integração inteligente com diferentes sistemas operacionais. O software Logi Options+ adiciona um nível de personalização valioso, especialmente com o recurso Smart Actions, que transforma o teclado em uma ferramenta ativa de produtividade.

Se você já possui a versão anterior do MX Keys, talvez a atualização só faça sentido se você valorizar os ajustes finos no layout e as melhorias de iluminação. Agora, para quem busca um teclado confiável e confortável para longas sessões de escrita, edição ou gerenciamento de conteúdo, e estiver disposto a investir um pouco a mais, o MX Keys S é, sem dúvida, uma das melhores escolhas da atualidade.

Em comparações com rivais, como o Dell Pro Plus KM7321W, o Logitech MX Keys S se destaca pela retroiluminação e os atalhos para alternar entre três dispositivos conectados, mas isso se reflete em um custo bem mais elevado, cabendo ao usuário escolher qual oferta se encaixa mais em seu bolso.