Kaz Hirai, CEO da Sony, colocou em prática um ambicioso plano de reestruturação da empresa nos últimos anos. Como foi possível acompanhar pelos relatórios fiscais da companhia japonesa, essa estratégia funcionou e a Sony previa um lucro recorde para 2017.

Após o fim do terceiro trimestre deste ano, a companhia divulgou o balanço de suas contas no período, revelando o que todos já esperavam: a divisão Xperia foi a única a perder dinheiro. Com uma arrecadação de U$18,25 bilhões de dólares em revendas, a Sony lucrou U$1,15 bilhão de dólares no Q3 2017 graças à divisão PlayStation e às vendas de sensores de imagem para as câmeras de smartphones.

O objetivo de Kaz Hirai era transformar a Sony em uma das maiores empresas no mercado de jogos, fotografias e smartphones, mas parece que na área dos celulares, o executivo não foi bem-sucedido. A divisão registrou uma perda de U$22,1 milhões de dólares durante os meses de julho e setembro. Esse prejuízo foi causado pela baixa venda dos smartphones Xperia e pelo aumento nos preços das matérias-primas utilizadas na fabricação dos dispositivos.

Enquanto os aparelhos móveis não conseguem atingir bons níveis de vendas, o PlayStation continua brilhando no comércio de jogos e consoles, faturando U$484,3 milhões de dólares nos três últimos meses. Em número de unidades, a Sony enviou para o varejo 4,2 milhões de unidades do PS4, aumentando a quantidade de compras na loja digital do console. As TVs da empresa também registraram um pequeno lucro, devido ao foco na comercialização em modelos mais caros e premium.

Por fim, o último grande negócio dos japoneses foi a venda de semicondutores, que são utilizados em sensores de imagens para smartphones de diversas fabricantes. Ao deixar de lado a fabricação de câmeras e equipamentos próprios, a divisão de imagem não podia ter sido mais feliz. Apenas com as vendas dos semicondutores, este braço da Sony lucrou U$436,6 milhões de dólares no terceiro trimestre de 2017.

Uma das maiores críticas feitas aos smartphones da Sony é o preço muito elevado dos dispositivos. Não raramente os Xperia chegam ao mercado sem funções e características essenciais para um aparelho daquela determinada faixa de preço, custando mais do que os seus principais concorrentes.

Isso não é um problema apenas no mercado brasileiro. Por exemplo, o Xperia XZ Premium e todos os outros modelos da linha que possuem leitor de digitais, têm essa função desativada por padrão nos Estados Unidos, devido a um problema de patentes. Mesmo assim, a Sony se recusou a abaixar o preço oficial dos smartphones. Somando-se a isso a incompatibilidade dos aparelhos com algumas frequências de redes utilizadas no Ocidente e o design “ultrapassado” até mesmo nos flagships, é difícil imaginar uma mudança neste cenário ocorrendo no futuro próximo.

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