Parece que interpretar emojis em mensagens de internet será em breve mais uma das tarefas de advogados, promotores e juízes. De acordo com o Wall Street Journal, que reuniu alguns processos que envolviam essas figurinhas, a interpretação dos símbolos ainda varia em decisões nos tribunais.

No final do ano passado, um advogado indiano disse que o emoji do WhatsApp que mostra o dedo do meio é "não é só ofensivo como um gesto altamente agressivo, invasivo, obsceno e libidinoso". Isso não é mais algo que se possa ignorar. O uso de emojis já começa a ser considerado em alguns casos judiciais ao redor do mundo.

Em Israel, emojis enviados por mensagens foram considerados pela justiça como válidos para fechar um contrato de aluguel. O proprietário havia recebido uma sequência de emojis comemorativos, e interpretou a mensagem como se o casal tivesse concordado com os termos para o aluguel do apartamento. Ele retirou o anúncio da vaga e processou o casal quando eles pararam de responder mensagens, por violação do acordo.

Um juiz decidiu a favor do proprietário, argumentando que o casal havia negociado de má fé, e multou os usuários de emojis com um mês de pagamento do aluguel.

Já nos EUA, um determinado emoticon usado em um comentário em fórum de internet, não foi considerado como difamação. O texto acusava uma autoridade e terminava com um emoticon que mostra a língua de fora. A história acabou em um processo judicial em 2014, mas a corte decidiu que o a figura em questão poderia ser interpretada como piada ou sarcasmo. Logo, foi decidido que não se configura em uma difamação.

A dificuldade de interpretar o significado jurídico de um emoji foi destacada por advogados seniores que tentaram chegar a uma conclusão sobre um determinado emoji. Reunidos em um escritório de Atlanta, eles debateram a questão legal. O que realmente significa este rosto 😒?

Eles não conseguiram chegar a um consenso. "Todos disseram algo diferente", disse Morgan Clemons, de 33 anos, advogado que organizou a reunião. Interpretações de emojis e emoticons apareceram em pelo menos 33 sentenças judiciais no ano passado, um número cada vez maior.