
Android 20 Fev
22 de fevereiro de 2018 0
Enquanto enfrenta problemas judiciais com gravadoras, o Spotify ainda teve que enfrentar um golpe que pode ter dado prejuízo milionário à empresa. Um criador de listas de reprodução búlgaro parece ter conseguido faturar mais de US$ 1 milhão do Spotify usando contas “zumbi” e playlists falsas.
Ao menos é isso o que afirmam várias fontes da indústria de alto nível, que falaram ao site Music Business Worldwide nesta semana. De acordo com o MBW, tudo indica que a grande quantidade de dinheiro foi levada através de um truque bem complexo. E o mais impressionante é que provavelmente o "espertinho" não violou leis no processo.
Uma playlist chamada Soulful Music está entre as principais suspeitas, e chegou a aparecer na posição número 35 de um ranking interno das listas mais populares do Spotify. Esse ranking é confidencial e enviado para indústria pelo Spotify. Outra lista, de nome Music From The Heart, ocupou a posição número 84.
Porém, o Soulful Music tinha 467 faixas, todas gravadas por artistas aparentemente desconhecidos, com pouca coisa a respeito em suas biografias e presença on-line. Esse é um número muito grande de faixas para uma lista de reprodução que chega perto do Top 10 do Spotify na América.
Também é estranho o fato de que o número de pessoas que "seguiam" a lista de reprodução era pequeno: apenas 1.797. O cenário fica ainda mais bizarro quando descobriram que a grande maioria dessas 467 faixas tinha pouco mais de 30 segundos de duração - o tempo mínimo necessário para criar uma reprodução monetizada no Spotify.
Calma que ainda não acabou o festival de estranheza. A investigação também foi atrás para saber quantas pessoas realmente estavam reproduzindo essas faixas. As fontes confidenciais do MBW dizem que esses dados, dentro das análises da Spotify, eram bastante consistentes: cerca de 1.200 ouvintes mensais, com alguma variação, estavam tocando cada música da lista 'Soulful Music' - 24 horas por dia!!!
Considerando esses dados, como a "Soulful Music" conseguiu superar os esforços de marcas como a Sony, Universal e Warner para se tornar uma das maiores playlists do mundo?
A conclusão que parece mais lógica é que essas contas eram controladas por bots. Todas elas contavam com assinaturas premium, e os custos mensais somariam quase US$ 12 mil (considerando o valor da assinatura premium nos Estados Unidos, que custa US$ 9,99 por mês).
Não se sabe se o administrador das contas realmente pagava esse valor todo mês ou usava outro truque para burlar a assinatura. Mas ainda que pagasse, o golpe pode ter rendido muito mais dinheiro do que esse valor, graças ao repasse de royalties por parte do Spotify.
Isso porque as 467 "músicas fantasmas" da playlist teriam sido enviadas à plataforma como pertencentes a artistas legítimos e, rendiam ao "detentor dos direitos autorais" (ou seja, o golpista) US$ 0,004 por cada reprodução. Façamos as contas: o número estimado de reproduções de faixas de 30 segundos, 24 horas por dia, por cerca de 1.200 ouvintes mensais - o resultado pode ser de US$ 288 mil a US$ 415 mil pagos pelo Spotify em royalties, por mês, só com a playlist Soulful Music.
Para realizar essa façanha, uma vez que não é muito fácil disponibilizar músicas no Spotify, o farsante deve ser alguém com bastante conhecimento da plataforma. A denúncia aponta para um indivíduo, a pessoa que montou as playlists, mas é possível que haja outros colaboradores envolvidos.
Apesar de que as músicas de ambas as playlists tenham sido excluídas da plataforma em outubro de 2017, elas teriam permanecido por lá durante quatro meses. Isso significa que os pagamentos de royalties podem ter ultrapassado US$ 1 milhão.
Curiosamente, o Spotify estava compartilhando esses dados detalhados semanalmente com os principais selos e outros detentores de direitos há meses antes disso vir à tona, de acordo com uma fonte MBW.
Durante todo o tempo, parece bastante claro que alguém estava usando música de biblioteca comprada para extrair centenas de milhares, talvez milhões, de dólares, de um grupo de royalties que de outra forma teria ido para eles e seus artistas.
Você não pode culpar completamente o Spotify por isso, porque cada uma dessas contas presumivelmente estava ligada a uma receita verificável.
O Spotify não confirmou a fraude - mas também não negou - e não há informações se a empresa de fato pagou esses valores ao golpista, tampouco se ele foi identificado.
Um porta-voz do Spotify deu a seguinte declaração ao MBW:
Nós levamos extremamente a sério a manipulação artificial da atividade de streaming em nosso serviço. O Spotify possui várias medidas de detecção, monitorando o consumo no serviço para detectar, investigar e lidar com essa atividade.
Continuamos a investir fortemente na refinação desses processos e na melhoria dos métodos de detecção e remoção e na redução do impacto dessa atividade inaceitável em criadores legítimos, detentores de direitos e nossos usuários.
Samsung e Google podem seguir Apple e usar mesma tecnologia de lente do iPhone 15 Pro Max
Estão chegando! Motorola Razr Pro e Razr Lite têm possível data de lançamento vazada
Xiaomi 12S Ultra supera iPhone 13 Pro Max em teste de desempenho em jogos
Motorola Moto G Go aparece no Geekbench após ter design oficial e especificações vazadas
Comentários