O CEO da Ericsson, Börje Ekholm, deu uma entrevista coletiva nesta segunda-feira, durante a abertura oficial da Mobile World Congress 2018, em Barcelona, na Espanha. O executivo colocou como ponto principal do seu discurso a indústria móvel.

De acordo com Ekholm, os governantes de todo o mundo deveriam considerar a rede móvel como um recurso nacional, e não uma forma de se lucrar por meio de taxas. Para reforçar o argumento, ele utilizou a ascensão do streaming e do e-commerce.

“Governos precisam começar a olhar a infraestrutura móvel como um recurso nacional e não apenas como uma fonte de impostos. E há boas razões para isso. A infraestrutura de telecom é crítica para um país e também para o seu ecossistema de inovação. Lembrem da inovação em streaming e e-commerce que vivemos nos últimos anos: ela foi construída sobre uma forte base de redes móveis.”

Outro assunto abordado na entrevista foi a neutralidade de rede. Para o CEO da Ericsson, não deve existir discriminação por conteúdo, e sim por aplicação. Ele considera que algumas delas necessitam ser prioridades.

“O princípio da neutralidade de rede é não discriminar a performance pelo conteúdo. Nós também acreditamos nisso. Mas há aplicações de missão crítica, como cirurgia remota, que precisam ter alguma prioridade. Portanto, precisamos de regime regulatório que permita à operadora criar serviços diferenciados baseados na experiência do usuário.”

O executivo ainda mandou um recado para as companhias de telecomunicações, em relação à implantação do 5G – testado secretamente durante o Super Bowl deste ano. Para ele, quem for pioneiro na disponibilidade da tecnologia possuirá vantagem comercial sobre a concorrência. Um exemplo dado seria o 4G, cujas empresas que o implementaram primeiro cresceram, em 2012, uma média de 10% ao ano em faturamento nos cinco anos seguintes, de acordo com um levantamento da fabricante sueca.

Ekholm completa que o 5G se tornou uma realidade na indústria. Ele acrescenta que, por causa de possíveis interferências causadas pelo Wi-Fi nas fábricas do futuro – as quais teriam mais sensores –, a quinta geração de rede móvel teria uma oportunidade de utilização em uma escala maior.