
11 Março 2015
10 de março de 2015 98
A Motorola anunciou o Moto E, em nova versão, há pouco menos de um mês e mostrou que o usuário poderia tirar um pouco mais do bolso para ter uma experiência mais agradável de uso. Ainda é cedo para afirmar se este objetivo deu certo e se a Motorola conseguiu lucrar, mas a Samsung correu para criar algum novo aparelho que possa concorrer de frente com ele. Este smartphone é o Galaxy Win 2, sucessor do Win anterior e que chegou ao Brasil no mês passado - mas que a Samsung apenas apresentou para a imprensa nesta manhã.
Smartphones que fogem das linhas S, A e a recente linha E, dificilmente recebem alguma atenção da mídia ou até mesmo da assessoria de imprensa da Samsung. Uma enxurrada deles é lançada quase que todos os meses e nós ficamos sabendo disso apenas pelos novos celulares que aparecem em varejistas locais. Hoje, mudando um pouco deste norte, a Samsung resolveu reunir a imprensa brasileira para mostrar que tem um novo aparelho, que não é um Galaxy S, A ou E e que vale a pena mostrar para todo mundo. Ele é o Win 2, que vem do Win de primeira geração (que faz parte do bolo de Galaxys Ace, Win, Young, Duos blá-blá-blá), que mostrou alguma melhora e basicamente o mesmo hardware do Moto E de segunda geração. A Samsung afirma que a decisão de lançar uma segunda geração de um smartphone, que vive numa maré imensa de outros aparelhos, veio diretamente dos usuários, principalmente de redes sociais que clamavam por alguma novidade neste modelo específico. Aos meus olhos, a Samsung apenas correu para responder ao provável sucesso que a Motorola consegue na linha G, que pode aparecer no novo Moto E e que pode respingar em concorrentes - que, neste caso, é o Galaxy Win 2.
Há pontos positivos em cima do Win 2, como a TV de alta definição (FINALMENTE!) que deixa de lado o padrão de baixa resolução do 1-seg (que trabalha com 320 x 240 pixels) e vai para o fullseg (que recebe transmissão de até 1280 x 720 pixels). Mesmo que a tela do dispositivo apenas seja capaz de exibir até 800 x 480 pixels, a diferença de deixar de lado 320 x 240 e pular para 720p é gritante - de verdade, muda MUITO. O Moto E de segunda geração, assim como o modelo anterior, trabalha com o padrão 1-seg, o que deixa o representante da Motorola em um degrau logo abaixo. Além disso, se você curte o Dropbox, a Samsung ainda oferece 50 GB de espaço na nuvem durante dois anos, sem cobrar um centavo do usuário.
Por outro lado, esbarramos em problemas crônicos da Samsung. A lista começa justamente com a pesada e antiquada TouchWiz, que consegue tomar mais espaço (e desempenho) da memória interna do que o Google Now Launcher, utilizado pela Motorola. Quando você trabalha com 32 GB, ou mais, este espaço não representa um problema, mas para um dispositivo de 8 GB e que libera pouco mais de 5 GB, ter espaço tomado por algo que você pode não demonstrar interesse (como apps e mais apps que você pode nunca abrir na vida), não é bacana - apps não podem ser instalados no cartão microSD, nativamente. O segundo problema é a atualização do Android, já que o Win 2 chega ao mercado com o Android 4.4.4 e deixou de lado o 5.0 Lollipop e, garantiu a fabricante, deve ser atualizado (apenas não disse quando). Segundo a própria Samsung, esta escolha aconteceu por conta do tempo de projeto do aparelho, que veio antes do lançamento do Android mais recente. Aos meus olhos, este comentário não faz sentido, principalmente quando lembramos que o Lollipop foi apresentado ao público em junho do ano passado, há oito meses - e os fabricantes recebem o novo Android antes, para dar tempo de ajustar os drivers e fazer tudo funcionar perfeitamente para atualização.
O Galaxy S6, por exemplo, chegou pouco tempo depois do Win 2 e já tem o Android novo, a linha Note começou a receber a atualização há semanas e a linha S também. Com este pensamento, temos apenas a suposição de que a Samsung resolveu deixar o Win 2 em uma versão anterior do sistema operacional, por algumas razões: marketing (para promover aparelhos mais parrudos, que costumam receber atualizações antecipadamente) ou então desempenho. Em desempenho também fica uma dúvida, pois o Moto E já vem com o Android 5.0 de fábrica e roda tudo muito bem, com um hardware muito semelhante ao do Win 2. Enfim, foi uma escolha e não um "problema de timming do projeto". Resumindo: não espere a atualização do Android no Win 2, num curto ou médio prazo.
Outro ponto que merece destaque na comparação prévia, fica na qualidade da tela. Enquanto a Motorola trabalha com um display IPS de maior resolução no Moto E (960 x 540 pixels), o Win 2 vai no quase morto TFT e com resolução menor, trabalhando com 800 x 480 pixels. Como a tela é do mesmo tamanho para ambos os lados e a resolução do Moto E é maior, a densidade de pixels sobe de 207 ppi do Win 2 para aproximadamente 244 ppi no Moto E. Além disso, uma tela TFT conta com menor ângulo de visão e menor qualidade da reprodução de cores, o que pode não significar muito ao primeiro olhar, mas que faz com que quem está do lado ou não exatamente na frente da tela, perceba cores alteras e diferença no brilho.
Por fim, a pegada do Win 2 ficou menos confortável do que temos em seu principal concorrente. Ele realmente ficou bonito e com ar mais arrojado, mas por ser fino demais e com a traseira reta (com um calombo na câmera traseira, tradicional dos smartphones Galaxy), a ergonomia ficou perdida. Sim, o Moto E é mais grosso e isso acaba fazendo ele encaixar melhor na mão do usuário, principalmente por conta da traseira levemente curvada e em plástico mais áspero.
Voltando para o que há de bom no Win 2, temos a câmera traseira (algo que a Motorola não acerta há muitos anos) de aparente melhor qualidade. A câmera frontal conta com 2 megapixels no aparelho da Samsung, contra uma câmera apenas VGA (640 x 480 pixels) do lado da Motorola. Pode parecer que não, mas selfies ficam melhores no Win 2.
Ainda é cedo para afirmar que o Win 2 ficará no mar de dispositivos semelhantes da própria Samsung, que segundo os chapas do Gizmodo, lança um novo Galaxy a cada 10 dias (ou três novos smartphones, por mês). No que vi e senti, a Samsung resolveu pegar algum aparelho deste mar e colocar num holofote maior, com mais atenção e maior visibilidade, para brigar diretamente com os aparelhos da Motorola, em especial o Moto E. Nós receberemos uma unidade para testes, apenas não sabemos quando isso vai ocorrer (depende da vontade da Samsung, não do TudoCelular).
Com o review completo, poderemos afirmar se ele é realmente mais um Galaxy no mar de três novos por mês, ou se fica num patamar superior e realmente merece atenção.
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