Um estudo recente realizado pela TIC Domicílios 2016 e coordenado por Winston Oyadomari revelou que uma a cada cinco casas conectadas no Brasil usa o Wi-Fi do vizinho 'emprestado'.

Quando comparados aos números de 2014, o índice saltou de 13% para 18% dos domicílios, acompanhando a disseminação e avanço do Wi-Fi nas residências, que saltou de 66% para 80% nos últimos três anos.

O crescimento da inclusão digital mostrou que 54% das casas em território brasileiro já possuem acesso à internet (36,7 milhões de residências), onde boa parte delas (mais de 2 milhões) contam com acesso via 3G e 4G graças aos investimentos recentes das telecoms na expansão da banda larga móvel (1, 2).

Oyadomari comenta que, na pesquisa, não foi aprofundada a questão da 'GatoNet', ou seja, se havia ou não uma divisão de valores para os usuários que compartilham a conexão.

A pesquisa realizada entre novembro de 2016 e junho de 2017, envolveu 23 mil domicílios em mais de 350 municípios, e abordou primariamente o fato de vizinhos usarem conexão alheia para navegação na web.

Um dos detalhes comentados pelos diversos entrevistados foi justamente o intuito de reduzir o preço e tornar mais viável a assinatura.

Pra falar a verdade, os valores desse tipo de serviço ainda são um dos maiores motivos para o compartilhamento do acesso Wi-Fi.

Em sua maior parte, a prática ocorre nas zonas onde a concentração de renda é menor como, por exemplo, áreas rurais (30%), nordeste (28%), domicílios com renda de até 1 salário mínimo (27%) e residências de famílias nas classes D e E (27%).

O mais interessante é que as casas que encontram-se nas condições acima estão entre as que possuem menos pontos de conectividade Wi-Fi.

Enquanto 81% das residências em regiões urbanas tem conectividade sem fio à web, apenas 59% das localizadas em zonas ruais contam com esse tipo de serviço.

Nas famílias mais pobres (de classes D e E, por exemplo), 51% tem internet Wi-Fi, algo contrastante com a classe A, onde 98% contam com esse tipo de conexão.

Em outras palavras, de acordo com o pesquisador "quanto menor for a presença de pontos Wi-Fi em uma zona, mais alto é seu compartilhamento".