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Gênesis: a pré-história dos smartphones

17 de novembro de 2014 9

Smartphones. A síntese de décadas de evolução tecnológica dentro de um pequeno aparelho. Uma ferramenta capaz de conectar pessoas do mundo inteiro. Dispositivos das mais variadas marcas, formas, tamanhos, preços, finalidades.

As pessoas que estão no meio de uma revolução geralmente não notam as rápidas mudanças que ocorrem ao seu redor. Apenas depois de anos, ou décadas, é que percebemos o quanto um dado momento foi importante para mudar tudo. Os europeus não imaginavam a transformação socioeconômica que traria a máquina à vapor. Dificilmente, Tesla poderia imaginar todo o alcance do seu projeto sobre distribuição de eletricidade. E nós ainda não nos demos conta das alterações trazidas pelos dispositivos móveis e sua capacidade de conectar a todo o mundo através da internet.

Às vezes, para tentar entender o futuro é preciso olhar para o passado. É lá, onde tudo se iniciou, que podemos começar a entender para onde estamos indo com toda essa revolução tecnológica. Vamos, portanto, fazer um apanhado geral da evolução dos celulares inteligentes.

Que se faça a luz: Simon Personal Communicator (1992)


Não vamos aqui citar o primeiro celular já feito, pois estamos tratando, de fato, de smartphones. E, de acordo com muitos especialistas da área, o embrião daquilo que viria a ser os nossos celulares inteligentes de hoje foi feito pela IBM. Estamos falando do Simon Personal Communicator.

O aparelho foi anunciado na COMDEX, em 23 de novebro de 1992. Suas configurações, obviamente, eram extremamente rudimentares. Contávamos aqui com um processador de apenas 16MHz, enquanto que sua memória interna eram de inacreditáveis 1MB. Também, engana-se quem pensa que smartphones de tela grande são coisa da modernidade. O Simon da IBM possuía um display de LCD de 4,5 polegadas com uma resolução de 160x293 pixels.

Sobre ser ou não um smartphone, temos uma polêmica. Atualmente, classifica-se um produto nesta categoria quando este apresenta sistema operacional próprio, acesso à internet e ferramentas de desenvolvimento para instalação de aplicações de terceiros. Vale salientar, porém, que estamos falando de um aparelho lançado em 1992, época que sequer existia telefonia móvel no Brasil. Aliás, época onde pouquíssimos brasileiros tinham uma linha de telefonia fixa em casa.


O Simon, por sua vez, além das ligações telefônicas, adicionava contatos, fazia lista de tarefas, checava e-mail e ainda tinha suporte a instalação de aplicativos de terceiros. Obviamente, a conexão era muito rudimentar para que os apps fossem baixados pela internet, e estávamos anos-luz da concepção moderna de uma loja de aplicações. Os programas, por sua vez, eram instalados através de cartões PCMCIA, inseridos na parte superior do aparelho.


As coisas naquela época eram bem mais lentas do que hoje em dia. Se atualmente reclamamos quando um lançamento demora mais do que dois meses para chegar ao Brasil, o Simon demorou dois anos para chegar ao mercado. Sim, o aparelho da IBM foi anunciado em 1992, porém começou a ser vendido apenas em 1994.

Ainda, para quem reclama dos preços dos smartphones atuais, saiba que o Simon foi lançado, com subsídio de contrato de dois anos com a operadora, por 899 dólares. Sim, o preço é alto hoje, porém quando consideramos o poder aquisitivo em 1994, vimos que o valor era quase ofensivo. Mesmo assim, o aparelho conseguiu vender 50 mil unidades durante seus seis meses no mercado.

Nokia 9000 Communicator (1996): o primeiro Nokia inteligente


Sim, a Nokia, como uma fabricante de dispositivos móveis, não existe mais. A empresa, porém, não conquistou todo o renome e admiradores à toa. Além de estar na gênese da própria telefonia móvel, a gigante finlandesa também esteve no princípio dos smartphones com o seu Nokia 9000 Communicator.

Aqui, temos um aparelho capaz de gerenciar e-mail, navegar na internet, escrever e ainda por cima mandar um fax. Praticamente um escritório portátil lançado antes mesmo de um BlackBerry se tornar um ícone de produtividade móvel.

O seu ano de lançamento foi em 1996. Suas configurações eram um pouco mais avançadas do que o Simon da IBM. Aqui contávamos com um processador de 33MHz e uma memória interna de 8MB. Para quem iria armazenar apenas alguns poucos bits de texto, isso deveria ser muita coisa.

Além de todas as características citadas, o Nokia 9000 ainda conseguia ler e editar arquivos da famosa suíte de produtividade do Microsoft Office. E, ainda, seu design flip super arrojado revelava um teclado QWERTY e uma tela ampla para auxiliar na digitação. Além de tudo, havia outros botões auxiliares com funções que poderiam ser programadas, facilitando o manuseio do aparelho.


Outros telefones já navegavam na internet, contudo o 9000 Communicator podia exibir gráficos na sua gloriosa tela monocromática. Além de navegar com uma velocidade de 9600 bits por segundo com seu modem GSM. Sim, já tínhamos esse tipo de conexão, porém ainda era muito rudimentar na época.

Assim como o Simon, o Nokia 9000 não tinha um preço muito suave. Ele foi lançado nos EUA dois anos depois do seu anúncio custando módicos 800 dólares. Numa época onde a maioria das pessoas mal tinham um celular comum, um aparelho desses, com este tamanho, preço e tantos botões acabou assustando o público, e não foi um sucesso, permanecendo como um produto de nicho no mercado europeu.

Ericsson R380 (2000): e assim nasceu o nome smartphone


Até o presente momento, na nossa linha do tempo, nem as empresas, nem os usuários entendiam bem o que estava acontecendo. Os celulares inteligentes ainda pareciam bugigangas futuristas saídas de filmes dos anos 80. Ainda não tínhamos uma interface homem-máquina verdadeiramente palatável.

Um pequeno aparelho, porém, estava prestes a definir todo um nicho de mercado. O Ericsson R380 foi o primeiro celular a receber propriamente o título de smartphone, com um sistema operacional realmente robusto.

O Ericsson R380, para a surpresa de muitos, rodava Symbian. Sim, a tela do aparelho ainda era feita de pixels monocromáticos bastante evidentes, porém já possuía a plataforma que viria a se tornar símbolo de uma geração de produtos Nokia.


Nesse aparelho, já contávamos com uma navegação Wap. Seu display possuía 3,5 polegadas, a mesma diagonal presente em outro aparelho-símbolo desse mercado (sim, o iPhone).

De resto, tínhamos uma tela de toque resistiva e 2 MB de RAM. Além de calendário, notas e e-mail, ele sincronizava com o Microsoft Outlook e o Lotus Notes and Organizer, duas importantes plataformas do mercado corporativo.

Ainda não contávamos com as maravilhas das expansões via microSD. Sequer tínhamos conexão Bluetooth. Podíamos, entretanto, contar com a maravilhosa tecnologia de infravermelho para conexões sem fio.

Mais uma vez, seu maior destaque era o seu sistema operacional. O Symbian já tornava o Ericsson R380 bem mais amigável e intuitivo do que seus antecessores. Claro, nada comparável à praticidade do iOS, Android ou Windows Phone. Sua tela de toque e sua stylus, contudo, já ajudavam as pessoas a entender um pouco mais a nova tecnologia que estava se construindo.

Palm Kyocera 6035 (2001) : o primeiro smartphone no Brasil


Esse entra em nossa lista por dois motivos. Primeiro, porque rodava um sistema operacional da Palm, empresa que popularizou, com os seus PDAs, os dispositivos móveis antes mesmo do mercado saber o que é um smartphone. Segundo, porque o Kyocera QCP 6035 foi o primeiro celular inteligente a chegar ao Brasil.

Mesmo com seu design de construção civil, ele rodava um sistema operacional, o Palm OS 3.5. Sua tela sensível ao toque não era mais uma novidade no mercado, apesar de ainda ser resistiva. O display touchscreen era protegido por um flip, e neste encontrávamos todos os botões de discagem.

Se você acha o seu 3G lento, não pode imaginar o que era conectar-se à internet pelo celular com uma velocidade máxima de 12Kbps. Ao menos, deveria ser o suficiente para conferir alguns e-mail e sites mais rudimentares. Afinal, vídeos por streaming era algo longe da realidade até mesmo de alguns desktops da época.


Apesar de rodar um sistema operacional móvel criado pela Palm, o QCP 6035 era da empresa japonesa Kyocera. Talvez por ser importado, o smartphone não tinha um preço muito agradável no nosso país. Se hoje em dia reclamamos dos preços de um Galaxy S ou de um iPhone, em 2001 era praticamente obsceno o valor de mais de 2.800 reais por cada unidade.

Talvez pelo seu preço exorbitante para a época, talvez pela tecnologia ainda incipiente, ou até mesmo pelos seus 208 gramas, o QCP 6035 não foi um sucesso aqui no Brasil. Na época, já éramos o país dos celulares, todavia sequer ensaiávamos nossa entrada no universo dos smartphones.

Sim, ainda tínhamos um valor muito elevado para um aparelho desse tipo. O QCP6035 custava cerca de 1350 dólares. Nas conversões da época, tínhamos um valor aproximado de 2600 reais. Esse preço é alto até mesmo para os padrões atuais. Se compararmos com os modelos anteriores, porém, podemos perceber uma queda constante do custo de cada unidade a cada lançamento. Essa fato nos sinalizava, portanto, que a popularização dos smartphones estava cada vez mais próxima.

BlackBerry 6210 (2003): o princípio da revolução


Outro grande nome da telefonia móvel também deu sua contribuição para o novo mercado em definição. Na época, a BlackBerry ainda era chamada de Research In Motion (RIM). E, como uma grande pioneira, apresentou ao mundo o BlackBerry 6210.

Seu impacto foi realmente enorme para todo o mercado. Não pelo sucesso de vendas, pois ainda estávamos longe do frenesi causado por marcas como a Apple e Samsung. Sua relevância foi pela concepção de todo o projeto em si. Ele iria inaugurar aquilo que nos faz olhar o telefone diversas vezes ao dia: a conexão com o mundo.

Antes mesmo de WhatsApp, Safari, Internet Explorer e Google Chrome, tivemos o BlackBerry Messenger. Ainda, o 6210 contava com uma suíte extensa de aplicações eficientes para e-mail, SMS, navegação na internet e todo o tipo de ferramenta para nos conectarmos aos nossos contatos.

Nossos smartphones atuais podem fazer basicamente de tudo, todavia a maioria dos usuários os utilizam para comunicar-se com seus contatos. E foi justamente esse o foco desse aparelho da RIM, o que acabou de antecipar o costume de toda uma futura geração, pois era a primeira vez que tínhamos um smartphone com foco em comunicação ao invés de produtividade.


O 6210 já possuía a famosa e elogiada segurança da fabricante, e o BlackBerry Messenger já era uma opção extremamente segura para se conversar via mensagens eletrônicas. Na navegação na internet, o smartphone unia as tecnologias avançadas de estrutura da RIM com a linguagem Java™ 2 Micro Edition (J2ME) e as conexões GSM/GPRS.

Não era apenas nas funcionalidades que o 6210 se destacava. Seu hardware, para a época, era bem respeitável. Para começar, o peso; eram apenas 136 gramas, o que significava um alívio para os tijolos eletrônicos que circularam como smartphones. Tínhamos também 2MB de RAM e 16MB de espaço interno. Além de um sistema operacional mais amigável, tínhamos também o elogiado teclado que sempre acompanhou os celulares da RIM/BlackBerry.

2007: o futuro dos smartphones começou com uma Maçã.


“No universo, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”, nos disse Lavousier. Sim, o grande cientista estava certo. Qualquer coisa neste universo teve que ser precedida por algo.

Certamente, Santos Dumont não conseguiria colocar o 14 Bis no ar se não fosse o esforço de nossos antepassados. Desde a evolução da roda até os dias atuais, cada nova descoberta ajudou a culminar nas maravilhas tecnológicas que temos hoje em dia.

Durante toda essa pré-história dos smartphones, vimos diversas tentativas de trazer esse tipo de aparelho para o mercado. Contávamos, porém, com mais erros do que acertos, até que uma mordida em uma Maçã mudou tudo.


O iPhone. Não, ele não foi o primeiro smartphone, como vimos. Seu grande e inegável mérito, porém, foi o de finalmente definir como deveria ser um celular inteligente. A partir de então, o mercado, as fabricantes, e até mesmo o público passou a entender para que servia esse aparelho tão futurista e curioso.

O iPhone, portanto, foi o salto evolutivo que faltava para os smartphones se estabelecerem no mercado como aparelhos importante e desejados. Resumiu e redefiniu, numa síntese, o esforço de todos os seus antecessores. Essa, no entanto, vai ser uma outra história, que nós contaremos muito em breve.


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