É provável que não haja uma pessoa no mundo que nunca tenha ouvido falar o nome LEGO. A companhia inovou no ramo de brinquedos ao lançar produtos baseados em partes que se encaixavam, permitindo muitas combinações e que a criançada exercitasse a imaginação.

Com o seu crescimento e popularidade, o grupo começou a fechar parcerias com franquias famosas para lançar produtos temáticos, como Tartarugas Ninjas, Liga da Justiça, Jurassic Park, Harry Potter, Toy Story, Senhor dos Anéis e muitos outros.

O sucesso foi tão grande que ela atravessou as barreiras dos brinquedos e chegou a outras mídias, como os videogames. Os jogos licenciados da companhia se tornaram os mais vendidos por terem como objetivo reunir crianças e adultos em uma aventura familiar divertida

Dezessete anos após do primeiro jogo LEGO com temática de Star Wars, a desenvolvedora Traveller’s Tales retorna ao tema com um dos jogos mais ousados do catálogo, reunindo os 9 filmes da franquia de ficção científica mais amada de todos os tempos. Será que LEGO Star Wars: A Saga Skywalker é o título que os fãs sempre esperaram?

LEGO Star Wars: A Saga Skywalker não é uma mera coletânea de jogos anteriores, que abordaram diferentes períodos da franquia. Ele é um título completamente novo que conta a história dos 9 episódios principais, de forma direta e um pouco diferente do que muitos esperavam.

Como dito anteriormente, os jogos da série LEGO são voltados para todas as idades. Star Wars aborda temas pesados e conta com momentos violentos, envolvendo mutilações e cenas que poderiam chocar crianças, mas aqui, tudo é recriado de forma cômica, leve e engraçada.

A morte do caçador de recompensas Jango Fett no “Episódio II: Ataque dos Clones” envolve decapitação, mas em LEGO Star Wars: A Saga Skywalker, ela ganha contornos hilários que arrancarão bons risos da criançada e também dos adultos.

Apesar de abordar os nove episódios da saga Star Wars, o jogo recria somente os momentos mais importantes e é compreensível, já que todos os filmes em um único jogo seria algo cansativo. Caso você jogue apenas a história principal, cada capítulo pode ser terminado em cerca de 2 horas.

Para aumentar a vida útil do jogo, as áreas são um pouco maiores e podem ser exploradas atrás de missões secundárias e colecionáveis valiosos. Além disso, é possível retornar aos mapas com outros personagens, em uma espécie de modo livre de jogatina.

Por ser um jogo que conta com uma proposta de ser voltado para todas as idades, LEGO Star Wars: A Saga Skywalker conta com uma jogabilidade bem simples, próxima do público mais casual ou que está dando seus primeiros passos no mundo dos videogames. Justamente por esse fato, poderá afastar aqueles que buscam algo mais desafiador ou complexo.

É praticamente impossível o jogador ficar perdido, apesar dos mapas grandes. Há diversos indicadores que mostram para onde você deve ir e seus objetivos ficam estampados na tela para não haver dúvidas. Até mesmo os quebra-cabeças são bem simples e não oferecerão dificuldades.

A forma de jogar mudará levemente conforme o personagem que você controla, dentre os três tipos: os robôs, os Jedi e personagens humanoides sem poderes. O primeiro grupo é utilizado para resolver quebra-cabeças que envolvem portas quebradas ou movimentar algum mecanismo que bloqueia o caminho.

Os Jedi possuem sua tradicional arma: o sabre de luz, além da Força, para destruir os inimigos em seu caminho. Os melhores momentos do jogo são os duelos contra os vilões, recriados com maestria e genialidade. Na minha opinião, são a classe mais divertida do jogo.

Os personagens humanoides contam com as armas a laser, golpes físicos mais elaborados e um gancho para resolver quebra-cabeças e locomoção. Outra novidade é a possibilidade de utilizar cobertura, rendendo tiroteios épicos contra os stormtroopers, que continuam com a mira péssima dos filmes. Há também seções bem divertidas com naves que recriam batalhas no espaço e até permitem exploração.

É possível trocar pelos personagens livremente na maior parte do tempo, de forma rápida e prática sem maiores dificuldades. Inclusive, isso é fundamental para passar em certas partes da aventura. Jogando com um amigo, a situação fica mais simples e divertida, já que o título foi pensado justamente para o modo cooperativo.

LEGO Star Wars: A Saga Skywalker conta com diferentes árvores de habilidades, como uma compartilhada com todas as classes com vantagens para todos os personagens, além de outras exclusivas para cada tipo, que vão desde “Cafajeste”, inspirado no herói Han Solo, até “Caçadores de Recompensa”, com o símbolo mandaloriano. Esse elemento faz pouca diferença prática, mas é uma adição interessante para aqueles que curtem detalhes na jogabilidade.

Como um bom título LEGO, ele conta com diversos colecionáveis e estruturas que precisam ser desmontadas, com a ideia de reconstruí-las em algo importante. Durante um dos episódios, eu precisava passar por um incêndio e ao destruir blocos, pude construir um canhão de água e resolver o quebra-cabeça.

Outro fator que fará a alegria dos fãs é a quantidade de personagens que podem ser desbloqueados e roupas para eles. Até mesmo personagens mais odiados, como Jar Jar Binks, possuem seções próprias no jogo e diferentes vestimentas. É bem legal ver como a LEGO teve atenção especial com os menores detalhes da franquia Star Wars.

O jogo conta com os tradicionais modos gráficos de fidelidade e desempenho, com ambos rodando em 4K dinâmicos, enquanto os quadros por segundo diferenciam entre 30 e 60. O intrigante nisso tudo é como o jogo está mal otimizado no PlayStation 5.

LEGO Star Wars: A Saga Skywalker mistura os modelos animados e cartunizados dos brinquedos com cenários mais realistas, recriando os mundos dos filmes nos maiores detalhes e de forma belíssima. Talvez por isso, o jogo negue fogo em alguns momentos.

Entretanto, o problema não é nos FPS, já que tudo roda com fluidez e precisão, mas na resolução. Em momentos que a ação está mais intensa e há muita coisa na tela, é notável como a resolução cai e até mesmo há a presença de algo que eu ainda não havia visto com tanta frequência nessa geração: os serrilhados.

Outro problema são os bugs gráficos. Em alguns momentos, meu boneco ficou invisível ou a tela ficou “presa” em algum efeito específico, como no combate com Anakin no “Episódio III: A Vingança dos Sith”. Foi necessário que ele repetisse a ação de me estrangular usando a Força para o problema ser resolvido.

Há também problemas com bugs que tornam a experiência frustrante. Em alguns momentos, quando eu estava quase terminando a missão, a tela escureceu e eu fiquei apenas ouvindo sons, sem conseguir controlar ou sair para o menu, precisando fechar o jogo e repetir o trecho do início. Apesar de isso não ser novidade na franquia, é algo que incomoda.

Nos pontos positivos, o DualSense é bem utilizado e torna a experiência ainda mais divertida e imersiva. O jogo conta com a clássica trilha sonora de Star Wars, o que acaba sendo um verdadeiro presente para os fãs. Eu abri um sorriso quando começou “Duel of the Fates” durante o duelo contra Darth Maul e tenho certeza que outros amantes da saga terão reação parecida em diversos momentos.

LEGO Star Wars: A Saga Skywalker não é só o melhor jogo da série de brinquedos, mas também uma verdadeira celebração de uma das franquias mais importantes do entretenimento. Com uma jogabilidade amigável, momentos hilários e muita criatividade, ele é uma experiência divertidíssima e leve para todas as idades.

Os bugs poderão ser resolvidos em uma futura atualização, algo que ocorre com frequência, e não devem ser motivo para deixar de experienciar o título.

O título já está disponível para Nintendo Switch, PlayStation 4, Xbox Series X, Xbox One, PlayStation 5 e PC.

O TudoCelular agradece à webershandwick, assessoria da Warner Bros. Games, por ceder uma cópia do jogo de PlayStation 5 para esta análise.