Enquanto o Brasil ainda debate qual será o posicionamento do governo federal no leilão do 5G, o Canadá tentou manter uma aparente neutralidade na guerra comercial entre China e Estados Unidos. Por isso, o primeiro-ministro, Justin Trudeau, preferiu deixar o possível banimento da Huawei em segundo plano.

No entanto, tudo indica que a situação deve mudar dentro dos próximos dias. Isso porque partidos da oposição aprovaram uma moção onde consideram a China uma ameaça aos interesses e valores do Canadá.

Além disso, o texto diz que o governo canadense precisa elaborar um plano para "combater as crescentes operações estrangeiras da China" no Canadá. Por isso, o líder do parlamento disse:

Apelamos ao governo liberal para finalmente desenvolver um plano e tomar uma decisão sobre o envolvimento da Huawei na rede 5G do Canadá.

Por enquanto, apesar da pressão do parlamento, o governo canadense permanece em total silêncio sobre a Huawei. O primeiro-ministro reconhece que é preciso decidir algo, mas ainda aguarda o posicionamento das agências de inteligência para tomar sua decisão.

Por outro lado, a situação do Canadá é muito mais delicada que a do Reino Unido, por exemplo. Isso porque o país está ao lado dos EUA, mas também tem cidadãos presos em Pequim após a justiça canadense cumprir um mandado de prisão contra Meng Wanzhou, diretora da Huawei.

Até o momento, o único movimento observado no Canadá é que as próprias operadoras estão construindo suas redes 5G sem a presença chinesa. É um movimento de mercado que acontece naturalmente sem a interferência do governo canadense.