O CEO e cofundador da Parler, John Matze, afirmou na última quarta-feira (03) que foi demitido de seu cargo na empresa pelos membros do conselho administrativo da companhia.

Segundo o executivo, a decisão foi tomada pelos diretores do conselho da empresa, liderados pela apoiadora e financiadora Rebekah Mercer, que vem de uma proeminente família de investidores conservadores e assumiu temporariamente o cargo de CEO da Parler. Para Matze, a sua demissão é justificada pela sua “forte crença na liberdade de expressão” e pela sua visão do que é “uma moderação de conteúdo mais eficaz” para a plataforma.

No entanto, outra justificativa plausível para sua remoção do cargo de diretor executivo da Parler é o fato de que a companhia sofreu uma forte pressão ao longo das últimas semanas, justamente por conta das políticas de moderação de conteúdos da rede social.

A rede social, que ficou conhecida por ser mais branda com sua moderação e por sua liberdade de expressão, ficou em evidência no último mês, principalmente após os violentos ataques feitos ao Capitólio dos Estados Unidos no dia em que seria confirmada a eleição de Joe Biden para o cargo de presidente do país.

Após ser constatado que vários dos extremistas que participaram dos ataques eram utilizadores da Parler e que a rede social seguia com dificuldades para moderar os conteúdos e remover publicações ofensivas ou com ameaças à segurança nacional, algumas das principais empresas de tecnologia começaram um boicote à empresa. Primeiro o Google removeu o aplicativo de sua loja para o Android, a Play Store. Isso foi seguido pela Apple, que fez o mesmo com a App Store.

O ápice foi quando a Amazon decidiu revogar o acesso da Parler aos servidores da AWS, serviço que hospedava o site da rede social na internet. Isso fez com que a página ficasse fora do ar por um bom tempo, até que a empresa conseguiu apoio da Epik – serviço de hospedagem que já oferece suporte para outros sites controversos, como Gab e 8chan – para voltar o endereço à web.

Agora, apesar de ter seu endereço disponibilizado de volta na internet, a Parler continua sem operar, de fato, aos usuários. Sua página inicial mostra apenas uma mensagem de erro, que explica sobre a situação atual da rede social, e uma sucessão de publicações de John Matze, que reclama sobre o tratamento recebido nos últimos meses, além de fazer um meme com o senador estadunidense Bernie Sanders:

"Eu queria que aquele John se apressasse logo".