
Economia e mercado 16 Jan
17 de janeiro de 2023 19
Desde a última semana, a notícia sobre o rombo bilionário da Americanas e a saída do seu CEO, Sergio Rial, abalaram o mercado e trouxeram grandes incertezas sobre o ocorrido e o futuro da empresa.
E o que teria causado essa dívida gigante na companhia? Quais podem ser as consequências para o consumidor com esta crise? O Detetive TudoCelular separou os principais destaques do caso para explicar a você.
A crise teve início no último dia 11 de janeiro, quando foi emitido um comunicado que anunciava a existência de inconsistências contábeis que chegavam a R$ 20 bilhões, vinculadas à conta de fornecedores, e que Sérgio Rial deixava o comando da empresa, com menos de dez dias no cargo.
Rial havia entrado no posto no dia 2 de janeiro, como uma aposta para atrair mais investidores. Contudo, após a divulgação do problema, ele renunciou e se tornou um assessor do trio de acionistas de referência da Americanas – os bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles.
Classificado pela empresa como “inconsistências contábeis”, o rombo bilionário teve origem no chamado “risco sacado”. Esta expressão consiste em uma operação usual no meio do varejo, no qual a empresa pega um financiamento com um banco para aquisição de produtos de fornecedores.
Na prática, o banco libera os recursos ao fornecedor, enquanto a varejista fica responsável de quitar a dívida com juros durante o prazo do empréstimo. A falha se tratou pela movimentação não ter sido reportada no balanço, o que gerou uma alta no endividamento da companhia e pode até permitir que a pendência seja cobrada de maneira antecipada.
A empresa ainda chegou a pedir uma tutela cautelar, que possibilita uma proteção à Justiça, para evitar essas antecipações de dívidas – as quais atingiriam no total a quantia de R$ 40 bilhões, composta pelos R$ 20 bilhões do incidente mais os quase R$ 20 bilhões de dívida bruta.
Com a visibilidade que o caso ganhou, o resultado foi a queda das ações da Americanas (AMER3) na Bolsa de Valores. Os papéis da empresa despencaram 77,3% somente na noite em que o comunicado foi divulgado.
Segundo a TradeMap, essa baixa consistiu na terceira maior da B3 em um único dia. Já de acordo com o Valor Data, foi a maior queda registrada por uma empresa no Ibovespa desde o ano de 1994.
Na prática, os investidores pararam de acreditar no negócio e passaram a cobrar que a companhia faça um processo de capitalização – um possível follow-on, quando há uma oferta subsequente de ações, com garantia de compra pelo trio de maiores acionistas. Como a reputação da marca foi afetada, ela perde poder de negociação.
Afinal, a Americanas irá decretar falência? Não é bem assim. A varejista segue em funcionamento, tanto no meio físico quanto digital, mas tem passado por alguns cortes de gastos – um deles, por exemplo, é o cancelamento do patrocínio no BBB 23.
Especialistas do mercado entender que o caminho para a companhia está em um pedido de recuperação judicial. O CEO da Quist Investimentos, Douglas Duek, entende esse processo como a alternativa mais correta.
“Os balanços revelam que as Lojas Americanas possuem 0,015% de lucratividade. Isso significa dizer que, para pagar R$ 40 bilhões, é preciso faturar entre 2 e 3 bilhões. Fazendo uma análise fria, ao pedir recuperação judicial, ela poderá renegociar as dívidas com os credores de forma mais fácil.”
Douglas Duek
CEO da Quist Investimentos
O executivo também descarta a possibilidade de a empresa falir, contudo ressalta a necessidade de vender ativos ou se capitalizar.
Do lado dos consumidores, resta a dúvida se alguma compra ou benefício será cumprido pela varejista, sem qualquer ônus em decorrência das dívidas descobertas. Em comunicado à imprensa, a Americanas se comprometeu a manter suas atividades de compras e entregas em qualquer meio.
“A Americanas comunicou aos clientes e parceiros que segue aberta e pronta para suas compras e entregas, nas lojas, no site e no app. A companhia continua dando acesso ao maior número de brasileiros e brasileiras às melhores ofertas, produtos e serviços.”
Americanas
O Procon já acionou a empresa para que preste esclarecimentos a respeito de como ficarão os consumidores após a crise. A entidade também solicitou informações sobre relação entre reclamações de clientes e o rombo nas contas. A resposta deve acontecer ainda nesta terça-feira (17).
No caso de compras online, quem se sentir afetado pode cancelar as compras antes mesmo de serem entregues, ou ainda devolvê-las em até sete dias, como prevê o Código de Defesa do Consumidor (CDC).
Quais foram as suas impressões a respeito de todo o cenário da Americanas? Conte para a gente no espaço abaixo.
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