Diversos usuários apontam que o novo iPhone 15 Pro está apresentando problemas de superaquecimento no Apple A17 Pro, que trouxe grandes mudanças em relação ao A16 Bionic do iPhone 14 Pro. Apesar dos avanços, testes de benchmark e recarga da bateria apontam que o celular não está fazendo um bom trabalho ao gerenciar sua temperatura.

Nesta terça-feira (26), o Android Authority publicou os resultados de testes realizados com o iPhone 15 Pro, a fim de comparar seus picos de temperatura com o Samsung Galaxy S23 Ultra e o Google Pixel 7 Pro, dois de seus maiores rivais no segmento.

Os experimentos envolveram a simulação de uso casual dos dispositivos, como navegar na web e assistir vídeos no YouTube, e testes de estresse na CPU e GPU. Além dessas etapas, a plataforma mostrou o desempenho dos celulares no processo de recarga da bateria, avaliando a velocidade de recarga e picos de temperatura do componente.

Para produzir resultados precisos, todos os celulares estavam sem capas de proteção e não executavam tarefas em segundo plano. Não houve intervalo entre os testes para que qualquer um dos dispositivos resfriasse. Com isso, confira os dados a seguir.

O iPhone 15 Pro se mostrou ligeiramente mais quente ao executar cargas de trabalho do dia a dia — como streaming de vídeo e navegação na web — em comparação ao Galaxy S23 Ultra e o Pixel 7 Pro, sem grandes discrepâncias entre si. Note que permanecer abaixo dos 30 ºC é suficiente para manter o conforto do uso do celular.

Os problemas mais evidentes começam ao executar testes de benchmark com carga somente na CPU. Nesse caso, o iPhone 15 Pro alcançou temperatura de 37 ºC, mais alta que o Galaxy S23 Ultra e Pixel 7 Pro, que bateram 36 ºC e 35,8 ºC, respectivamente.

No geral, o A17 Pro se mostrou entre 2,5% e 5% mais quente que o Snapdragon 8 Gen 2 "for Galaxy" do Galaxy S23 Ultra e Tensor G2 do Pixel 7 Pro.

Ao colocar as plataformas sob maior demanda, o iPhone 15 Pro começa a revelar os problemas de superaquecimento do A17 Pro. Durante cinco minutos de teste estressando a nova GPU de 6 núcleos da Apple com o 3DMark Wild Life, o iPhone 15 Pro alcançou 41,4 ºC, enquanto ambos os seus rivais permaneceram abaixo da marca de 40 ºC.

Após vinte minutos estressando a GPU, o iPhone 15 Pro já havia ultrapassado 47 ºC, tornando o celular desconfortável de manusear, segundo o Android Authority. O Galaxy S23 Ultra, equipado com o Snapdragon 8 Gen 2 “for Galaxy”, ficou pouco abaixo de 45 ºC. O melhor nesse quesito foi o Pixel 7 Pro, que permaneceu em 41,5 ºC.

Passando para testes de gravação de vídeos em 4K @ 60 FPS, a discrepância se tornou ainda mais evidente. Após dez minutos de filmagem contínua, o iPhone 15 Pro alcançou 43,7 ºC, o que é 26% mais quente que o Galaxy S23 Ultra. Dado que esse processo exige trabalho da CPU, é possível deduzir que os problemas não estão limitados à nova GPU de 6 núcleos.

Celulares da Apple possuem uma reputação negativa em termos de velocidade de carregamento, uma vez que sua potência de carregamento padrão é limitada a 20 W. O Galaxy S23 Ultra, por sua vez, suporta potência de até 45 W. Para o teste, os avaliadores utilizaram um carregador de 30 W adquirido no site oficial da Apple.

Durante o processo, o Android Authority analisou a temperatura interna e externa da bateria do Galaxy S23 Ultra, mas somente a temperatura externa do iPhone 15 Pro, uma vez que o iOS não oferece uma maneira de obter leituras precisas sobre a bateria, contudo, vale considerar que seu interior costuma ser entre 2 ºC a 4 ºC mais quente que seu exterior.

A temperatura externa do iPhone 15 Pro chegou a 36,1°C, enquanto a temperatura interna do Galaxy S23 Ultra não ultrapassou 35,5 ºC. Considerando as condições, é possível estimar que a temperatura interna do celular da Apple permaneceu entre 38 ºC e 40 ºC.

O site não forneceu dados de temperatura externa do celular da Samsung, mas é possível observar no gráfico que o modelo carregou mais rapidamente que seu rival assinado pela Apple (64 minutos contra 90 minutos).

Existem diferentes teorias que buscam explicar os motivos do aquecimento excessivo do iPhone 15 Pro. Uma das mais aceitas — e esperadas pelos usuários que adquiriram o celular — é alguma falha de software que esteja causando o uso exacerbado ou desnecessário da CPU e GPU, fazendo com que os componentes trabalhem mais do que o devido.

Também é possível que o software ainda não esteja devidamente otimizado para esse novo hardware, apesar do longo período de testes internos do iOS 17. Caso a falha esteja no software, os problemas poderão ser corrigidos através de uma simples atualização de rotina para o iPhone 15 Pro e iPhone 15 Pro Max.

Outra teoria, mais preocupante, é que exista algum problema com a nova litografia de 3 nanômetros utilizada pelo A17 Pro. Supostamente produzido pela TSMC, o chip é baseado em uma tecnologia que acabou de chegar ao mercado, portanto, ainda não é suficientemente madura e pode estar suscetível a problemas de desempenho.

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