A Lenovo revelou, durante sua apresentação na conferência EMEA Forum de 2023, hospedada pela Canalys, que pretende aderir ao movimento em prol do direito de acesso facilitado ao reparo de dispositivos eletrônicos. Como parte de seu comprometimento, a fabricante chinesa afirma que pretende tornar seus dispositivos mais fáceis de consertar.

Luca Rossi, vice-presidente sênior da Lenovo, disse nesta sexta-feira (06) que mais de 80% dos produtos da marca serão reparáveis até 2025 — seja pelo próprio consumidor ou em um dos serviços especializados da marca. Para isso, os dispositivos passarão a contar com estruturas pensadas com foco na praticidade de manutenção.

Indo além com sua nova política, a chinesa garantiu também que 4 em cada 5 peças de reparo serão reparáveis em si, embora não especifique quais são esses componentes. Rossi exemplifica que baterias e unidades de armazenamento em SSD não serão mais soldados ao aparelho, o que promete facilitar sua substituição em caso de danos ou falha.

A iniciativa se alinha à promessa da Lenovo em se tornar uma empresa com zero emissão de carbono até 2050, seguindo a tendência de centenas de outras fabricantes de dispositivos eletrônicos, como a Apple e Samsung.

Os movimentos em prol do reparo facilitado ganham força, e as grandes marcas se preparam para um futuro regido por leis que garantem esse direito aos consumidores.

Nos Estados Unidos, existe um projeto de lei conhecido como “SB 244” que exigirá o fornecimento de peças de reposição, ferramentas, manuais de instruções e todo o suporte necessário por parte das fabricantes, a fim de garantir que consumidores e lojas de assistências técnicas possam consertar produtos danificados por até sete anos.

Para as fabricantes de celulares, tablets, notebooks e outros dispositivos eletrônicos, isso pode significar uma redução na margem de lucro, visto que o reparo facilitado levaria consumidores a substituírem seus dispositivos com menos frequência, mas ao mesmo tempo, a menor demanda por novos produtos reduziria o uso de recursos e energia.