O X (ex-Twitter) passou por várias mudanças desde sua aquisição por Elon Musk — incluindo seu próprio nome e o icônico logotipo do pássaro. Com a adoção de novos recursos e políticas, a rede social teve um período conturbado sob as decisões do empresário, tais que dividiram opiniões ao longo de seu primeiro ano como dono da empresa.

De acordo com uma pesquisa do Sensor Tower, o tempo gasto por usuários na rede social em questão caiu 9% entre agosto de 2022 e agosto de 2023, distanciando-se de plataformas rivais, como Facebook, TikTok, Instagram e Snapchat.

A queda de uso do X ocorreu enquanto “lutava com a insatisfação do usuário sobre a mudança de marca o e conteúdo sem moderação na era pós-aquisição”, disse a empresa de pesquisas e análise de mercado. Dados referentes ao último mês de setembro ainda não estavam disponíveis para serem considerados nas estatísticas.

Ainda, a pesquisa sugere que a quantidade de usuários diariamente ativos na rede social caiu 9% em agosto de 2023, comparando com o mesmo período em 2022. Esse é o nono mês consecutivo em que a empresa registrou perda na base de pessoas diariamente on-line.

Essas estatísticas são reforçadas pelos dados da Similarweb, que apontam para uma queda de 14% no tráfego do domínio “twitter.com” e retração de 16,5% no tráfego do “ads.twitter.com”, a plataforma voltada para anúncios na rede social.

Falando em publicidade, os dados das empresas de pesquisa indicam que, dos cem maiores anunciantes do X antes da gestão de Elon Musk, quase metade deixaram de anunciar na rede social. Os cinco maiores anunciantes no mês anterior à aquisição — incluindo Amazon e Unilever — reduziram seus gastos em dois terços, em média.

Brian Wieser, analista do setor de publicidade dos Estados Unidos, afirma que os negócios de publicidade do X no último ano “foram um desastre e continuam sendo”. Ao Financial Times, o especialista disse:

Não são apenas anunciantes que recuam com medo de que suas marcas apareçam ao lado de conteúdo de ódio. Musk envenenou o poço ao atacar publicamente anunciantes que recuaram nos primeiros dias após sua aquisição.

Apesar das dificuldades, o X segue inabalado pelos rivais que tentam embarcar na perda de seus usuários diariamente ativos para obter destaque entre as redes sociais. A Meta, por exemplo, apostou em um lançamento ostentoso para o Threads, que possui um sistema de publicações de textos curtos similar à plataforma de Elon Musk.

Outra plataforma que ganhou destaque em meio à operação turbulenta de Elon Musk é o Bluesky, fundado pelo próprio ex-CEO do X, Jack Dorsey. A rede social alcançou 1 milhão de usuários, embora ainda não esteja totalmente aberto ao público.

Para a atual CEO do X, Linda Yaccarino, é esperado que a rede social acabe se transformando em um “super app”, isto é, um aplicativo com diferentes funções que vão além de compartilhar texto, imagens e vídeos. Uma das possibilidades apontadas é a adição de um método de pagamento nativo e novas experiências de áudio e vídeo.