As tragédias que estamos vendo no Rio Grande do Sul são, hoje, mais uma entre muitas provas de que o aquecimento global traz risco imenso à humanidade e, se isso continuar assim, logo não haverá mais “humanidade” para correr risco algum.

Isso porque, de acordo com um novo estudo publicado na revista Nature, as mudanças climáticas podem piorar tanto que, em aproximadamente 250 milhões de anos, a vida na Terra será totalmente insustentável, incapaz de ser tolerada até mesmo pelos humanos.

Veja também

O estudo foi feito em conjunto, com cientistas do Reino Unido, Suíça e Estados Unidos compondo a equipe, e nele foi rodada uma simulação por meio de supercomputador. Essa simulação considerou dados históricos do planeta Terra para variações climáticas, movimentos de placas tectônicas, a composição química dos oceanos e, acima de tudo, como cada um desses elementos interagem entre si.

A conclusão: se o avanço do aquecimento global manter-se no ritmo atual, dentro de 250 milhões de anos, a nossa atmosfera terá tanto dióxido de carbono (CO2) que, aliado ao crescente calor vindo do Sol, tornará o nosso clima impossível para o plantio de alimentos. Consequentemente, a Terra se tornará impraticável para a manutenção da vida animal e, em seguida, nos levará à extinção.

Em números práticos, a simulação entendeu que a temperatura média da Terra aumentaria para algo entre 40º C (Celsius) e 50º C: de acordo com um estudo anterior, publicado em 2021, esses números também representam o limite de suporte para o corpo humano. O problema: outros animais e plantas – especialmente aqueles dos quais nos alimentamos – têm tolerâncias diferentes, morrendo antes de nós.

A simulação ainda considerou que o aumento da temperatura média também viria acompanhado de um aumento na umidade relativa, o que dificultaria até mesmo o plantio de alimentos que não necessitam de água constante, tornando a Terra ainda mais inabitável.

O estudo tem acesso aberto e está disponível no site da publicação.