04 Julho 2024
O Pixel Tablet é o primeiro dispositivo do gênero a ser lançado oficialmente pelo Google e, diferente de outras opções do mercado, ele foi anunciado como um híbrido entre tablet e display inteligente.
Além disso, ele também traz uma boa ficha técnica, com chipset Tensor G2, e consegue chamar a atenção em um mercado dominado pelo Echo Show.
Será que o Google pode influenciar o segmento com essa nova abordagem? É isso o que vamos descobrir neste rápido hands-on.
O Pixel Tablet segue o padrão tradicional de todos os dispositivos da categoria já vendidos no mercado. Ou seja, ele é relativamente grande, mas o Google conseguiu encontrar as dimensões corretas para fazer com que ele não seja ruim de usar.
O peso total é de 493 gramas e no Pixel Tablet temos uma tela de 11 polegadas, sendo que a construção é feita em alumínio e há um tratamento de cerâmica fosca na traseira que consegue evitar o excesso de marcas de dedo.
Na traseira, o dispositivo ainda tem pinos conectores para que o Pixel Tablet possa se comunicar com a sua base de alto-falante. Logo, nesse modo de uso não é possível deixar o dispositivo com capa.
O Pixel Tablet tem laterais arredondadas e ele foi pensado para uso na horizontal. Por isso, os botões de volume e energia ficam no topo, enquanto que uma das laterais traz a porta USB-C e a saída de áudio.
Inclusive, o leitor de digitais fica presente junto ao botão de energia e ele é competente, desbloqueando rapidamente o tablet mesmo quando o dedo está levemente suado.
Já a câmera frontal fica localizada na moldura superior e é notável que as bordas do display são mais largas neste dispositivo, mas isso já é algo esperado para um tablet.
Até porque segurar com uma só mão vai fazer você precisar dessas bordas para apoiar seus dedos.
Na caixa, o Google manda o tablet, cabo de carregamento, manuais e, neste kit que tivemos acesso, o dock com alto-falante integrado.
O Google Pixel Tablet tem tela IPS LCD de 11 polegadas de resolução QHD+ e taxa de atualização de apenas 60 Hz. Infelizmente, o dispositivo não tem taxa de 90 Hz ou 120 Hz, algo presente nos concorrentes.
O brilho máximo desse painel é de 500 nits e isso torna o uso em ambientes externos um tanto complicado. Uma pena porque o padrão de cores dessa tela está muito bem calibrado, entregando também bons níveis de contraste.
O chipset presente dentro do Pixel Tablet é o Google Tensor G2 e ele trabalha em conjunto com 8 GB de RAM e 128 GB ou 256 GB de armazenamento interno.
Na prática, apesar do Tensor não ser um dos processadores mais potentes do mercado, ele dá conta de todas as atividades diárias, principalmente naquelas que serão executadas nesse tablet.
Ou seja, redes sociais, abertura de alguns documentos, exibição de vídeos no YouTube ou Netflix e jogos casuais.
Infelizmente, o Google não revela a capacidade total da bateria do Pixel Tablet, se limitando apenas a dizer que ela é capaz de garantir até 12 horas de reprodução de vídeo.
Nos testes preliminares, foi possível chegar ao fim do dia com o Pixel Tablet em um uso mais comum para moderado. Ou seja, vendo streaming, abrindo documentos e navegando na web.
Em carregamento, quando no seu dock, o Pixel Tablet levou quase três horas para ser recarregado. É um tempo bastante considerável, mas é preciso levar em consideração que o acessório oferece carga de apenas 15W de potência.
Pelo menos também é possível fazer o carregamento via USB-C de forma um pouquinho mais rápida.
Especificações técnicas
- Tela de IPS LCD de 11 polegadas
- Plataforma Google Tensor G2
- RAM: 8 GB LPDDR5
- Armazenamento interno de até 256 GB UFS 3.0
- Câmera frontal de 8 MP
- Câmera principal de 8 MP
- Bateria que suporta até 12 horas de reprodução de vídeo
- Base de carregamento com alto-falantes integrados
- Chromecast integrado
- Sistema Android 13
Agora, falando um pouco mais sobre o dock, ele é vendido separadamente ou em um pacote onde você compra o acessório em conjunto com o tablet.
Em linhas gerais, ele é bem construído, traz os pinos de conexão com o Pixel Tablet, que também são usados para carregar o dispositivo de forma mais lenta.
Ao conectar o tablet nele, o usuário tem acesso a uma interface semelhante a de um Google Nest Hub, sendo que o Google Assistente assume o controle e é possível dar comandos de voz para ele executar músicas, fornecer a previsão do tempo ou até mesmo ver um vídeo no Disney Plus.
Nesse cenário, a qualidade de áudio aumenta, uma vez que o dock tem um alto-falante mais potente e de altíssima qualidade.
Talvez o único ponto negativo desse alto-falante externo seja a falta de graves. Outro detalhe importante é que, infelizmente, o dock se torna inútil sem o tablet.
Isso porque não há microfones integrados para que ele funcione como um dispositivo Nest de áudio de forma independente. Neste caso, o dock deixaria de ser um simples acessório para se tornar um dispositivo extra, deixando a proposta do Pixel Tablet mais atraente.
O Pixel Tablet sai da caixa com Android 13 e você precisa atualizá-lo para o 14 assim que liga o dispositivo. Inclusive, o Google promete cinco anos de atualizações completas do Android com updates de segurança.
Na usabilidade diária, o Pixel Tablet se sai bem e a interface tem um design mais próximo do Android stock puro. É claro que o Google faz algumas adaptações para deixar o software mais usável.
Alguns exemplos incluem um dock retrátil, divisão de tela para execução com dois aplicativos ao mesmo tempo, otimização do multitarefas, integração para anotações com o Google Docs ou transformar qualquer escrita com caneta em texto.
Além disso, o Google sabe que muitos desenvolvedores Android não ligam muito para os tablets. Por isso, a empresa entrega no Pixel Tablet uma função que força o uso da interface na tela maior do dispositivo, esticando a imagem.
É uma tentativa louvável do Google de buscar tornar as coisas mais amigáveis nos tablets Android. Mas, acreditamos que talvez um ChromeOS poderia melhorar a experiência no tablet do Google.
Por fim, quando conectado ao dock, o Pixel Tablet se adapta para uma interface semelhante a do Nest Hub e essa transição é feita de forma simples e rápida.
No Pixel Tablet temos dois sensores de 8 MP, sendo um frontal e outro traseiro. Em linhas gerais, as câmeras conseguem registrar fotos ok para quem precisa digitalizar um documento, por exemplo.
Além disso, o sensor frontal faz um bom trabalho em chamadas de vídeo, sendo que eles tem resolução máxima de 1080p a 30 fps, mas isso já é mais do que suficiente.
Agora, o que realmente surpreende são os microfones, que oferecem ótima qualidade de captação com áudio super limpo para quem está acompanhando a chamada do outro lado.
Mas isso já é algo esperado, uma vez que estamos falando de um híbrido de alto-falante inteligente e, como todo mundo sabe, o Google Assistente precisa de uma boa captação de voz para entender os comandos.
Apesar do Google não ter nenhuma vontade de lançar o Pixel Tablet ou os smartphones da linha Pixel no Brasil, podemos dizer que esse tablet consegue se sair muito bem na sua proposta.
Apesar de alguns sacrifícios no campo de hardware, o Pixel Tablet entrega bom desempenho com o Tensor G2, uma autonomia ok, câmeras dentro do esperado e bom padrão construtivo.
Ainda assim, temos algumas ressalvas. Uma delas é o dock, que não pode ser operado de forma independente. Além disso, o software ainda não está maduro o suficiente, apesar dos esforços do Google.
Ou seja, apesar de ser um trunfo na adaptação para o formato de display inteligente, o sistema operacional precisa evoluir bastante para atingir o grau de maturidade que a Samsung oferece em sua interface.
Até porque a fabricante coreana, e outras chinesas como a Xiaomi, adaptam o Android quase puro do Google para deixá-lo mais completo - e usável - em tablets.
Quanto ao preço, o Pixel Tablet é vendido na Europa por 549 euros com o dock, algo em torno de R$ 3.200 em conversão direta e sem considerar os impostos brasileiros.
Ou seja, é um preço muito alto para um dispositivo que concorre diretamente com um Amazon Echo Show mais acessível, por exemplo. E é por esse motivo que acreditamos que esse tablet não será vendido no Brasil.
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