Atualização (19/02/2025) - EB

Após amargar com mais devoluções do que vendas, a Humane desistiu do AI Pin, seu dispositivo focado em inteligência artificial. No anúncio feito nesta semana, a Humane diz que foi adquirida pela HP por US$ 116 milhões, mas abandonou o projeto do AI Pin com todos os dispositivos vendidos, que deixarão de funcionar em 28 de fevereiro.

Explicando melhor, a HP adquiriu a Humane apenas interessada na sua plataforma de IA CosmOS, que inclui mais de 300 patentes e pedidos de patentes, além de alguns funcionários. O mesmo não aconteceu com o projeto do AI Pin, que recebeu apenas um "não, obrigado" da HP.

A aquisição traz um grupo altamente qualificado de engenheiros, arquitetos e inovadores de produtos da Humane para a Organização de Tecnologia e Inovação da HP. Eles formarão o HP IQ, o novo laboratório de inovação de IA da HP focado na construção de um ecossistema inteligente em todos os produtos e serviços da HP para o futuro do trabalho.

Após 28 de fevereiro, todas as funções de celular e conectividade com a internet do AI Pin serão encerradas, o que significa que ele não responderá mais a nenhuma pergunta do usuário. Na prática, ele será um peso de papel que apenas mostra o nível de carga da sua bateria.

Entretanto, os únicos que receberão reembolso de US$ 700 (R$ 4.000) por adquirir um AI Pin serão aqueles que o fizeram nos últimos 90 dias, ou seja, apenas os enviados a partir de 15 de novembro de 2024. Demais clientes ficarão no prejuízo.

Reembolsos serão emitidos até 27 de fevereiro e qualquer pessoa com uma assinatura mensal de US$ 24 receberá seu dinheiro de volta de forma proporcional.

Matéria original (09/08/2024)

Fracasso total? AI Pin tem mais devoluções do que vendas desde o lançamento

A Humane lançou o AI Pin em abril de 2024 com um objetivo muito ambicioso: substituir os celulares por um dispositivo compacto que fica grudado na sua roupa. Após uma péssima recepção inicial, o dispositivo agora amarga uma realidade ainda pior: mais aparelhos são devolvidos do que vendidos.

Segundo o The Verge, somente 8.000 unidades do AI Pin não foram devolvidas em junho, um número enorme considerando que pouco mais de US$ 9 milhões em dispositivos da Humane foram vendidos.

A situação era um desastre anunciado: cerca de 1.000 compras feitas na pré-venda foram canceladas antes do envio e mais de US$ 1 milhão em produtos foram devolvidos antes do lançamento.

Para piorar, especialistas dizem que os AI Pin devolvidos não podem ser recondicionados e revendidos, pois uma limitação da operadora T-Mobile não permite que eles sejam vinculados a outros usuários, se tornando um prejuízo permanente para a Humane.

A Humane esperava vender 100 mil unidades do AI Pin no primeiro ano de lançamento, uma meta que parece inatingível com as devoluções superando as saídas de estoque do produto.

Por outro lado, as opiniões negativas sobre o produto surgiram antes do lançamento público, pois testadores iniciais já o descreviam como "desorientador" e "frustrante". Apesar disso, a Humane seguiu seu cronograma e demitiu 4% dos seus funcionários em janeiro para cortar custos.

No momento, somente cerca de 7.000 unidadades do AI Pin continuam nas mãos (ou melhor, nas roupas) dos usuários. Pode parecer muito, mas é pouco para um produto que arrecadou US$ 200 milhões com Sam Altman, CEO da OpenAI, e Marc Benioff, da Salesforce.

Segundo o The Information, esta crise nas vendas fez com que a Humane tentasse negociar com seus investidores para levantar dívidas e convertê-las em ações posteriormente para evitar um desastre maior.

Em resposta ao The Verge, a Humane diz que os números são imprecisos e não comenta suas informações financeiras, mas não apontou quais seriam os erros.