A Uber começará a aceitar pagamento de corridas em dinheiro em três cidades brasileiras. A partir de segunda-feira (11), usuários do serviço em Recife, Fortaleza e Salvador serão os primeiros a testar a mudança, como medida de impulsionar o número de cadastros de quem não tem cartão de crédito.

A novidade chega como uma surpresa, já que a Uber é conhecida por aceitar pagamento somente por meio de cartão registrado no aplicativo para celular. Segundo a empresa, porém, essa característica criou alta resistência por parte da maioria dos usuários no nordeste, onde se inicia o piloto.

Ao G1, o diretor de comunicação da Uber no Brasil, Fábio Sabba, declarou:

No Nordeste, mais de 60% dos usuários paravam o processo de se cadastrar no momento que precisava pedir um cartão de crédito. Então nós resolvemos soltar um piloto nessa região permitindo que os motoristas aceitem dinheiro

Embora a Uber seja reconhecida por estimular o uso de cartão de crédito, a aceitação de pagamentos em dinheiro é prática comum em outros países. A empresa concorrente de taxistas flexibiliza a cobrança da corrida especialmente em nações em desenvolvimento. São 86 que já aceitam dinheiro, como Índia, Quênia, Arábia Saudita, Cingapura e Peru.

O que muda na prática

Embora o pagamento em dinheiro não apresente qualquer empecilho para usuários da Uber - basta pagar o valor que aparece no aplicativo ao fim da corrida diretamente ao motorista - , o mesmo não se pode dizer de quem trabalha para a empresa.

Caso o piloto brasileiro funcione como em outros países, as taxas cobradas pelo serviço continuam deduzidas do pagamento digital depositado pela Uber na conta bancária do motorista. Isso quer dizer que o objetivo continuará sendo o de estimular pagamentos por cartão. Se as corridas em dinheiro forem sempre menores em volume, o valor devido à Uber será sempre descontado do saldo de cartão.

Disponibilidade

A cobrança em dinheiro começa nas três cidades nordestinas em 11 de julho, e deverá ser liberada aos poucos mesmo nesses locais. A Uber não deu previsão de expansão da novidade. Ainda deverá demorar, portanto, para que a vantagem chegue a São Paulo, mercado que segue gerando polêmica em torno da disputa com sindicatos de taxistas - e até com um candidato à Prefeitura.