O ano de 2022 deverá ser o último a ter cookies de terceiros na navegação para rastrear o seu comportamento. A partir de 2023, o Google deverá deixar de dar suporte a eles, em seu navegador Chrome.

O que isso mudará na forma como o marketing digital se organiza? E quais são as funções atuais dos cookies na sua navegação na web atualmente? O Detetive TudoCelular explica todos os detalhes a você.

Não deve ser uma novidade você entrar em um site e vir a mensagem para aceitar ou não os cookies, certo? Afinal, o que são eles? Os cookies consistem em uma ferramenta da internet com a capacidade de fornecer às empresas uma visão da atividade online dos internautas.

De acordo com o sócio-gerente da DARYUS Consultoria, especialista e evangelista em cibersegurança e proteção de dados, Cláudio Dodt, o uso do cookie em si não chega a ser uma ameaça de segurança, mas sim um apoio às funções básicas em sites. Um exemplo está nos famosos carrinhos de compras. Por outro lado, há o potencial de entregar as informações de atividade dos usuários.

“Quando você visita um site, seu navegador envia uma solicitação, em seguida o site responde com as informações solicitadas e também com um Cookie, que é armazenado no navegador. Sempre que você envia outra solicitação para o mesmo site, o navegador envia junto o Cookie, para que você possa ser facilmente identificado. Isso pode ser usado em funções como selecionar um idioma em um site multilíngue, para manter o usuário autenticado ou rastrear suas ações.”

Cláudio Dodt

Sócio-gerente da DARYUS Consultoria, especialista e evangelista em cibersegurança e proteção de dados

Tipos de cookies

Ao todo, são três tipos de cookies existentes. Um deles é o de sessão, aqueles temporários que devem ser válidos somente para uma única entrada. Em outras palavras, assim que você fechar o navegador, eles irão desaparecer.

O segundo se trata dos cookies permanentes, utilizados na identificação por um período maior, em várias sessões diferentes. Eles ficam armazenados no seu disco rígido e não são excluídos de maneira automática. Estes servem para funções como autenticação e rastreamento.

Por último, estão os cookies de terceiros. Diferente dos de sessão – os quais costumam ser primários –, os third-party são criados por um site que você não chega a visitar e usados para rastrear um usuário, coletar informações em diferentes sites e entregar uma “experiência personalizada”, especialmente em marketing ou publicidade. São estes que serão descontinuados pelo Google.

Os cookies de terceiros costumam despertar várias preocupações relacionadas à segurança do usuário. Isso porque, a depender de como eles ficam expostos, podem ser “sequestrados” por invasores, os quais passam a ter acesso a informações de identificadores do indivíduo.

Como consequência, o cibercriminoso poderia explorar dados sensíveis do internauta, uma vez que poderá se passar por outra pessoa e conseguir acesso não autorizado a contas variadas da vítima.

É importante destacar que a abolição da ferramenta decretada pelo Google tende a ser a “pá de cal” nos cookies, visto que o Chrome será o último a tomar essa decisão.

No entanto, vale destacar que um cookie por si só não carrega qualquer infecção por malware – eles não possuem qualquer código executável, mas sim são arquivos de texto simples.

A contagem regressiva para o fim dos cookies tem preocupado o mercado. Isso porque os cookies são muito usados no contexto de negócios, como guias de campanhas de marketing, publicidade e relacionamento.

O receio se dá pela forte necessidade das companhias para o uso da ferramenta. Um levantamento da Twilio identificou que 81% das empresas dizem depender total ou substancialmente de cookies e declararam que serão muito prejudicadas pela perda de acesso a esses dados.

Por outro lado, 55% das empresas afirmaram não estar totalmente preparadas para um mundo sem os cookies. Ou seja, terão uma grande perda após o fim do recurso e ainda não encontraram caminhos para uma reinvenção.

Outro ponto está na crença de que os consumidores confiam nelas para a proteção dos seus dados pessoais, algo pensado por 95% das organizações B2C. No entanto, na prática, apenas 65% realmente confiam nas marcas.

O que o fim dos cookies deve mudar nas empresas? A pesquisa da Twilio mostrou que o caminho consiste em estratégias de comunicação e marketing que não dependam de dados de terceiros, mas sim as informações que as empresas já têm sobre seu cliente.

O vice-presidente sênior da Twilio para a América Latina, Raul Rincon, ressalta que a única saída para essas empresas está no investimento voltado à captação de dados próprios, bem como o uso inteligente do que já foi coletado anteriormente.

“Estamos vivendo uma verdadeira contagem regressiva para o fim dos cookies, e isso é algo positivo, mesmo que desafiador. É por isso que é preciso conhecer bem o cenário atual e conhecer as possibilidades que se tem para continuar fazendo negócios, mesmo sem os dados com o que se está habituado.”

Raul Rincon

Vice-presidente sênior LATAM da Twilio

Na prática, a adoção de novos métodos para coletar dados próprios passa a ser a opção, a qual deverá ser crescente nos próximos meses.

E aí, o que você espera do futuro encerramento dos cookies de terceiros por parte do Google? Deixe sua opinião nos comentários abaixo.