A automatização de processos afeta ramos da indústria, da comunicação, da criatividade e também da saúde. Nesse último campo, a nova prova disso é que nasceram os primeiros bebês fertilizados in vitro com a ajuda de uma agulha robótico para injetar espermatozoides em óvulos. O procedimento foi feito no New Hope Fertility Center, em Nova York. Os dois embriões saudáveis viraram duas meninas.

O processo, segundo reportagem do MIT Technology Review, poderia reduzir o custo de fertilizações in vitro em milhares de dólares, considerando que o gasto médio de um bebê por meio desse processo é de US$ 83 mil nos Estados Unidos, considernado gastos com medicamentos e mais de uma tentativa. Cerca de 500 mil crianças nascem por meio dessas técnicas de reprodução assistida.

No caso, foi usada uma agulha controlada remotamente e uma câmera para penetrar os óvulos em uma placa de Petri —o que, no futuro, poderia reduzir os gastos com embriologistas de ponta. A tecnologia pode um dia eliminar a necessidade de os pacientes visitarem uma clínica de fertilidade, afirma Santiago Munné, geneticista-chefe da empresa espanhola Overture Life, que desenvolveu o robô. Ele acredita que o processo de fertilização poderá um dia ser automatizado e realizado por ginecologistas.

Pelo menos meia dúzia de outras start-ups têm objetivos semelhantes, incluindo AutoIVF, IVF 2.0, Conceivable Life Sciences, que visam explorar a indústria de US$ 25 bilhões de fertilização in vitro. A meta, diz a empresa, é reduzir o custo dos processos em 70%, aumentando as taxas de sucesso e reduzindo o preço dos procedimentos com a ajuda da robótica.

Nesse primeiro teste bem-sucedido, os óvulos doados foram entregues gratuitamente aos pacientes e implantados no útero da mãe após a fertilização de alta tecnologia.