
Segurança 22 Jun
23 de junho de 2023 5
O Titan, veículo submersível da OceanGate, teria realizado uma dezena de viagens bem-sucedidas antes de ficar conhecido como o “submarino” que desapareceu com cinco passageiros em uma expedição aos destroços do Titanic. Após a fatalidade, pessoas que realizaram expedições com a embarcação deram relatos sobre suas experiências.
Alan Estrada é um ator e youtuber mexicano que, há dois anos, passou a se interessar pela oportunidade única de observar as ruínas do naufrágio centenário ao vivo, e apesar de ter conhecimento sobre os perigos, afirma que, na época em que realizou sua viagem, a experiência “valia o risco”. Conheça os relatos a seguir.
(Imagem: Reprodução/Arquivo Pessoal)
Apresentador do canal de viagens “Alan ao redor do mundo”, Estrada descobriu os serviços de turismo submarino da OceanGate durante a pandemia de Covid-19. Interessado em agregar um conteúdo diferenciado à sua plataforma, o youtuber passou a negociar com patrocinadores para pagar US$ 125 mil (valor da época) em sua passagem para o fundo do mar.
Estrada se inscreveu para uma viagem no início de 2021. Em julho daquele ano, ele conseguiu embarcar no Titan, mas devido a problemas técnicos com o submersível, a expedição precisou ser abortada e o veículo precisou retornar à superfície pouco após o início da viagem.
Finalmente, no ano seguinte, o youtuber conseguiu realizar a expedição. Nessa ocasião, ele precisou assinar um documento em que se responsabilizava pelos perigos de fazer uma viagem em um veículo experimental, como o Titan, ao fundo do Oceano Atlântico.
“Você lê com atenção todas as coisas que podem acontecer e nunca se sabe, mas entrar em um avião também é um risco”, disse Estrada. “Parece clichê, mas a vida é um risco, e no final, para muitos de nós, valeu a pena poder ver esse majestoso naufrágio.”
(Imagem: Reprodução/Arquivo Pessoal)
Mike Reiss é escritor e produtor da famosa série animada Os Simpsons — que teria “previsto” a tragédia do submersível Titan. Ele realizou quatro mergulhos no oceano utilizando os serviços da OceanGate: três delas ocorreram na costa de Nova York, nos Estados Unidos, e uma era parte de uma expedição às ruínas do Titanic.
Segundo o produtor, em todas as suas viagens, o veículo chegou a ficar sem comunicação com a superfície. “Toda vez eles perdiam a comunicação, isso parecia ser apenas algo embutido no sistema”, relatou Reiss à emissora ABC News. “Não culpo a OceanGate, mas culpo a profundidade. É difícil se comunicar através daquilo.”
Yes, the sub that's gone missing is the same one I took down to the Titanic. I wish everyone involved the best of luck.
— Mike Reiss (@MikeReissWriter) June 19, 2023
For my experiences, listen to my podcast:https://t.co/FI8zxEDa9S pic.twitter.com/PcT8YHXRfx
"Sim, o submersível desaparecido é o mesmo que me levou ao Titanic", disse Reiss, no último domingo (19), em uma publicação no Twitter
A OceanGate já levou, pelo menos, 46 pessoas em expedições aos destroços do Titanic, segundo cartas que a empresa apresentou a um tribunal distrital dos EUA em Norfolk, Virgínia, que supervisiona as questões envolvendo o naufrágio.
Arthur Loibl, empresário alemão e um dos primeiros clientes da empresa, descreve sua experiência: “Imagine um tubo de metal com alguns metros de comprimento e uma folha de metal usada como piso. Você não pode ficar de pé ou se ajoelhar, e todos os passageiros se sentam próximos ou quase em cima um do outro.”
O viajante relata que as luzes precisavam ser desligadas para economizar energia durante o trajeto da expedição. Além disso, o mergulho precisou ser adiado múltiplas vezes para corrigir problemas com a bateria do submersível e a distribuição de peso no interior do veículo. No total, a viagem da embarcação durou cerca de 10 horas e meia.
Segundo documentos de tribunal, ao longo dos últimos anos, a OceanGate enfrentou vários problemas mecânicos e adversidades climáticas que levaram ao cancelamento ou adiamento de expedições. Essas dificuldades resultaram em processos judiciais movidos por pessoas que haviam desembolsado milhares de dólares para realizar uma viagem ao fundo do oceano.
Em um caso recente datado do ano passado, David Pogue, jornalista da CBS News, iria realizar um mergulho com o Titan, mas relata que a viagem precisou ser cancelada devido a um mau funcionamento quando o submersível estava a apenas 11 metros de profundidade.
Além disso, em um mergulho posterior, a embarcação da OceanGate acabou perdendo contato com o navio e não conseguiu encontrar os destroços. “Ficamos perdidos por duas horas e meia”, disse um passageiro que falou com a CBS News.
Feito de titânio e fibra de carbono e projetado para comportar cinco passageiros, o Titan era relativamente compacto e cerca de pesava 10 toneladas. Esse era o único veículo da OceanGate capaz de mergulhar até as profundezas do oceano, onde está o Titanic, a cerca de 3,8 quilômetros abaixo da superfície do mar.
Embora a OceanGate tenha anunciado o Titan como um veículo projetado em parceria com a NASA, Boeing e Universidade de Washington, as duas últimas entidades negaram ter qualquer envolvimento direto com a construção do veículo.
"A Boeing não era parceira do Titan e não o projetou ou construiu", disse a empresa em um comunicado, sem comentar mais sobre as alegações da OceanGate.
Um porta-voz da Universidade de Washington afirma que a única relação da instituição com a OceanGate é um acordo de colaboração de pesquisa do Laboratório de Física Aplicada, cuja vigência encerrou antes do previsto. Nenhum membro do laboratório teve participação no desenvolvimento do Titan, segundo a escola superior.
Ao encontrar os destroços do Titan nas proximidades das ruínas do Titanic, a Guarda Costeira dos Estados Unidos confirmou a implosão do submersível. Esse fenômeno ocorre quando a pressão externa supera a pressão interna de um objeto.
Os passageiros do Titan, em sua última viagem, incluíam Hamish Harding, de 58 anos; Shahzada Dawood, de 48 anos; Suleman Dawood, seu filho, de 19 anos; Paul-Henri Nargeolet, de 77 anos; e Stockton Rush, fundador e CEO da OceanGate. O executivo era casado com uma descendente de duas das vítimas do naufrágio do Titanic.
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