Segurança 18 Jul
O governo do presidente da Argentina, Javier Milei, quer usar a Inteligência Artificial para monitorar a atividade online dos cidadãos visando "prever crimes futuros".
O projeto foi apresentado na última semana e o presidente aproveitou a oportunidade para criar a "Unidade de Inteligência Artificial Aplicada à Segurança", sendo que ela deve funcionar como uma espécie de "patrulha cibernética" nas redes sociais e na internet.
Para isso, a unidade deve usar "algoritmos de aprendizado de máquina para analisar dados históricos de crimes e prever crimes futuros" com base na interação dos usuários na web.
O projeto também diz que a nova unidade ficará responsável por usar um software de reconhecimento facial para identificar "pessoas desejadas" e vigiar imagens de milhares de câmeras de segurança em tempo real.
Com isso, o governo quer "detectar possíveis ameaças, movimentos de grupos criminosos ou antecipar protestos". Para isso, policiais e outros integrantes da força de segurança devem fazer a operacionalização do sistema no Ministério comandado por Patricia Bullrich.
Outro ponto que tem levantado preocupação de analistas é que o sistema de monitoramento da Argentina também usará drones para patrulha em grandes áreas, sendo que o governo prevê a compra do software Pegasus.
Desenvolvido em Israel pela NSO Group, ele pode ser usado para invadir celulares e realizar ações de espionagem.
Em busca de reduzir "o tamanho do estado", Milei ainda quer demitir trabalhadores da segurança e substituí-los por sistemas de IA.
Comentando o assunto, a Anistia Internacional alertou que a nova unidade do governo argentino pode infringir os direitos dos cidadãos.
A vigilância em larga escala afeta a liberdade de expressão porque incentiva as pessoas a se autocensurar ou se abster de compartilhar suas ideias ou críticas se suspeitarem que tudo o que comentam, postam ou publicam está sendo monitorado pelas forças de segurança.
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