O tempo pode passar, mas as grandes descobertas continuam ecoando no nosso presente. É o caso de agora, mais de 100 anos depois da apresentação da Teoria da Relatividade pelo físico Albert Einstein, quando cientistas puderam observar pela primeira vez a luz por trás de um buraco negro.

O feito é de pesquisadores da Universidade de Stanford, na Califórnia, e foi divulgado nesta quarta-feira, dia 28, em um artigo na revista Nature, uma das mais importantes do mundo, comprovando os estudos do cientista alemão.

Sabemos que buracos negros são regiões em que a gravidade é tão forte que nem a luz escapa do seu alcance. Mesmo que não seja capaz de passar incólume, o fenômeno distorce o espaço ao reder, permitindo que a luz ecoe curvando-se para a parte de trás do objeto. De acordo com a teoria de Einstein, os ecos seriam coerentes com os raios refletidos por trás dos buracos negros.

O astrofísico Dan Wilkins, que liderou os estudos, explica:

“Qualquer luz que entra ali não sai, então não devemos ser capazes de ver nada que esteja por trás do buraco negro. A razão pela qual podemos ver isso é porque aquele buraco negro está deformando o espaço, dobrando a luz e torcendo os campos magnéticos em torno de si mesmo”

Roger Blandford, coautor do artigo também comenta a importância da descoberta:

“Cinquenta anos atrás, quando os astrofísicos começaram a especular sobre como o campo magnético poderia se comportar perto de um buraco negro, eles não tinham ideia de que um dia poderíamos ter as técnicas para observar isso diretamente e ver a teoria geral da relatividade de Einstein em ação”.

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