
Tech 26 Set
05 de novembro de 2022 3
Em um episódio, no mínimo, inusitado, astronautas chineses a bordo da estação espacial chinesa Tiangong irão realizar um experimento de reprodução utilizando macacos.
A frente da pesquisa, Zhang Lu, pesquisador da Academia Chinesa de Ciência em Beijing, afirmou que “esses experimentos irão ajudar a melhorar o nosso entendimento sobre a adaptação de um organismo à microgravidade e a outros ambientes espaciais”.
Mas como você já deve imaginar, a tarefa não será algo fácil. Além de ter que lidar com os animais, coletando seus resíduos e garantindo que estejam saudáveis e confortáveis, os astronautas terão que adaptar e reconfigurar os módulos da estação para os novos testes, já que atualmente as câmeras para testes biológicos tem espaço apenas para algas, peixes e caracóis.
Mas a tarefa pode ser ainda mais difícil. Apesar dos macacos de laboratório terem crescido em gaiolas, o confinamento prolongado em um espaço pequeno pode causar respostas negativas, como puxar o cabelo ou se recusar a comer. Além disso, barreiras biológicas podem ficar no caminho:
“Em primeiro lugar, apenas ficar em contato próximo um com o outro sob gravidade zero é difícil”, disse Adam Watkins, professor associado de fisiologia reprodutiva e do desenvolvimento da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, em uma carta à Physiology News Magazine em 2020. “Em segundo lugar, como os astronautas experimentam uma pressão arterial mais baixa no espaço, manter as ereções e a excitação é mais problemático do que aqui na Terra”, acrescentou.
Em 1992, os Estados Unidos chegaram a enviar um casal, Jan Davis e Mark Lee, para a Estação Internacional, mas até onde se sabe, nenhum astronauta fez sexo no espaço.
Durante a Guerra Fria, cientistas da hoje extinta União Soviética chegaram a conduzir experimentos com camundongos em um voo espacial de 18 dias. Na ocasião, conseguiram que os animais superassem os desafios físicos e tivessem relações sexuais, mas apesar da gravidez em alguns indivíduos, nenhuma deu à luz após retornar a Terra.
Os cientistas desconfiam que a longa exposição a raios cósmicos, que em órbita são centenas de vezes mais fortes do que aqui na Terra, são capazes de atrapalhar a qualidade do esperma e dos ovos. Além disso, experimentos conduzidos em solo sugerem que a ausência de gravidade pode afetar os órgãos reprodutores, levando a um declínio considerável nos hormônios dos animais.
De qualquer forma, apesar de todas as dificuldades, à medida que mais nações planejam bases de longo prazo em órbita, na Lua ou em Marte, “esses experimentos serão necessários”, afirmou um dos pesquisadores.
A dúvida sobre a reprodução humana no espaço é uma questão que paira sob o imaginário há décadas e os novos estudos, aproveitando a similaridade entre nós e nossos irmãos primatas, podem ajudar, e muito, a solucionar essa interrogação.
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