
Tech 24 Jun
Cientistas alemães divulgaram, na quinta-feira (18), o 7º caso de uma provável cura do HIV. O paciente é um homem de 60 anos, diagnosticado com o vírus em 2009, que passou por um transplante de medula óssea para combater seu quadro de leucemia em 2015, cujo doador possuía uma mutação genética que o tornava resistente ao patógeno.
O paciente deixou de tomar remédios antirretrovirais — que impedem a multiplicação do vírus causador da Aids — em 2018. Após vários testes ultrassensíveis, concluiu-se que não há carga viral detectável em seu corpo. Embora a abordagem tenha sido a mesma dos demais seis casos de possível cura, o novo caso acende uma esperança no combate ao vírus.
A mutação genética que torna o corpo resistente ao vírus é chamada de CCR5Δ32/Δ32. Sua principal característica é inibir a produção de uma proteína específica, chamada de CCR5. Sem essa proteína, um determinado tipo de células imunológicas — especificamente as células T CD4 — ficam imunes ao HIV.
Nos seis casos anteriores que adotaram a mesma abordagem, os doadores de medula óssea eram pessoas que herdaram duas cópias desse gene “defeituoso”: uma do pai e uma da mãe. No entanto, o homem alemão, que teve seu quadro de leucemia tratado no hospital Charité, em Berlim, é um caso especial.
Curiosamente, o doador da medula óssea no caso do homem alemão de 60 anos tinha apenas uma cópia do gene CCR5, o que significa que suas células imunológicas provavelmente tinham cerca de metade da quantidade normal dessa proteína.
Além disso, o próprio paciente também contava com a mutação. Juntos, esses fatores podem ter aumentado as chances da remissão do vírus, segundo o Dr. Christian Gaebler, médico-cientista do hospital Charité, em Berlim.
Embora ter duas cópias do gene defeituoso seja raro — ocorrendo em cerca de apenas 1% das pessoas com ascendência nativa do norte da Europa, segundo estudos anteriores — ter uma única cópia da mutação ocorre em cerca de 16% da mesma população.
Os especialistas alertam que o tratamento não será disponibilizado para todos. Transplantes de células-tronco são muito agressivos. Em casos extremos, podem ser fatais aos pacientes. Portanto, a comunidade médica considera antiético fornecer esse tipo de tratamento a pessoas com HIV — exceto para tratar doenças separadas, como a leucemia.
De qualquer modo, o caso do homem alemão irradiou uma nova esperança para a abertura de novas formas de luta contra o HIV. “O estudo sugere que podemos ampliar a gama de doadores para esses tipos de casos”, disse Sharon Lewin, diretora do Instituto Peter Doherty para Infecção e Imunidade em Melbourne, Austrália.
Um homem tratado com transplante de medula óssea em Genebra, na Suíça, cuja possível cura foi anunciada em 2023, tinha um doador com duas cópias normais do gene, portanto, suas células imunológicas transplantadas não eram resistentes ao HIV. Esse caso gerou dúvidas quanto aos fatores que realmente estão relacionados ao sucesso dos tratamentos.
“O nível de proteção que se poderia ter previsto do transplante não deveria ter sido suficiente para impedir que o vírus sobrevivesse e se recuperasse”, disse o Dr. Steven Deeks, um dos principais pesquisadores de cura do HIV da Universidade da Califórnia, em São Francisco, que não está envolvido com os cuidados do homem alemão, sobre seu caso.
“Existem várias teorias testáveis, então estou otimista que aprenderemos algo aqui que pode moldar a próxima geração de estudos de cura”, complementou.
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