O vírus do HIV ainda causa uma doença incurável em humanos, mas graças a medicamentos, as pessoas podem ter expectativa e qualidade de vida melhor. Agora testes com uma vacina desenvolvida por cientistas da Universidade Duke nos EUA tiveram bons resultados ao gerar anticorpos contra a AIDS.

O artigo sobre a vacina foi publicado na revista Cell, onde é detalhado que a Fase 1 dos testes ocorreu em 2019 com um grupo de 24 pessoas. 95% delas geraram anticorpos contra o HIV após receberem duas das quatro doses da vacina, sendo que um dos anticorpos foi o linfócito T CD4+.

Estes anticorpos devem ser capazes de atacar a MPER do HIV, uma membrana externa pouco suscetível a mutações, o que significa que eles podem ser eficazes contra mais cepas do vírus, mesmo se ele sofrer mutações no futuro.

Entretanto, um efeito adverso foi encontrado durante o estudo. Um paciente apresentou uma reação alérgica grave ao estabilizador polietilenoglicol (PEG) do imunizante. Felizmente, o paciente não correu risco de morte e sua saúde já foi recuperada.

Agora os cientistas trabalham na reformulação da vacina para evitar este efeito colateral e também criar respostas do organismo contra outras partes do vírus para torná-la mais eficaz.

O próximo passo é descobrir se estes anticorpos podem combater o vírus no mundo real, o que somente saberemos com a conclusão das próximas etapas de testes.

Apesar disso, Barton Haynes, autor sênior do estudo e diretor do Duke Human Vaccine Institute (DHVI), disse:

Este trabalho é um grande passo, pois mostra a viabilidade de induzir anticorpos com imunizações que neutralizam as estirpes mais difíceis do HIV.

Além desta vacina, um imunizante vem sendo testado desde 2019 no Brasil. Até lá, as melhores formas de se proteger contra o HIV são o uso de preservativos em relações sexuais, Profilaxia Pré e Pós-Exposição (PrEP e PEP).