O Linus Torvalds anunciou oficialmente no último domingo (27) a chegada do kernel Linux 6.16, dois meses depois da edição 6.15. A nova versão introduz melhorias no suporte a hardware, desempenho, segurança e sistemas de arquivos para usuários em todo o mundo.

Após um ciclo de testes estável, não houve a necessidade de uma oitava versão release candidate, conforme o comunicado feito por meio da lista de discussão LKML. Veja as principais novidades a seguir.

A nova edição do núcleo do sistema operacional amplia o suporte a hardware, com destaque para a integração dos drivers open-source Nouveau, agora compatíveis com as arquiteturas de GPU Hopper e Blackwell da NVIDIA. Com isso, placas da fabricante passam a ter suporte em ambientes totalmente abertos.

Dispositivos baseados em chips AMD, Intel e ARM também foram contemplados com atualizações. Entre os periféricos que passam a ser reconhecidos de forma nativa, estão o Apple Magic Mouse 2 (USB-C), o controlador ByoWave Proteus, o portátil OneXPlayer, o Acer Nitro NGR200 e melhorias para o ASUS ROG Ally.

A nova versão do núcleo introduz avanços em áudio. O streaming via USB agora permanece ativo durante o modo de suspensão, por causa do aprimoramento do USB audio offloading. A mudança pode contribuir para a autonomia em dispositivos móveis e otimiza o consumo energético no uso de fones e caixas de som externas.

Em relação à conectividade, a chegada do OpenVPN DCO (Data Channel Offload) representa um ganho de desempenho, pois transfere operações do canal de dados para o núcleo e acelera transferências de grande volume.

Além disso, foi implementada a transmissão zero-copy da memória da GPU para a rede, um recurso destinado a aplicações de ciência de dados e Inteligência Artificial, em um ambiente no qual o tráfego de informações entre placas gráficas e interfaces de rede é elevado.

Outro avanço é a habilitação das tabelas de paginação de cinco níveis, que expande o endereçamento de memória para até 128 PB. A evolução prepara o sistema para lidar com cargas de trabalho mais altas, como as encontradas em ambientes de aprendizado de máquina e IA.

Em segurança e virtualização, a atualização adiciona suporte às Trust Domain Extensions (TDX) da Intel, a fim de permitir o isolamento criptográfico de memória para máquinas virtuais em ambientes KVM. O uso de chaves de criptografia protegidas por hardware, já existentes no ecossistema Android, agora se estende a desktops e servidores que utilizam Linux.

Os sistemas de arquivos também evoluíram: o Ext4 obteve ganhos de até 37% de velocidade em operações sequenciais com o suporte a large folio, enquanto o XFS passou a ter gravações atômicas. O FUSE ampliou o buffer de leitura de diretórios, e o Bcachefs agora pode adiar operações de rebalanceamento quando o equipamento opera com bateria, com o foco em otimizar o uso de energia em notebooks e dispositivos portáteis.

Torvalds adiantou que o ciclo de desenvolvimento do próximo lançamento, o 6.17, pode ter atrasos em agosto, devido a compromissos pessoais com viagens entre os Estados Unidos e a Finlândia para eventos familiares.

Apesar disso, a meta é manter o cronograma de updates. A próxima atualização será a base padrão do Ubuntu 25.10 e também deve ser adotada pelo Fedora 43. Ambos os sistemas têm lançamento programado para o final de 2025.

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