A HTC, desde o primeiro One com corpo de alumínio, vem criando belas obras primas, quando o assunto é beleza de construção de um Android. O One M9 não fugiu desta regra e, ao meu olhar, foi o smartphone mais belo que vi em toda MWC deste ano, que aconteceu na semana passada em Barcelona.

O design continua exatamente a mesma coisa que você conhece de versões de anos anteriores, com corpo em alumínio, textura de aço escovado e com brilho que salta aos olhos. Ele é realmente o Android mais bem acabado que existe, com melhor qualidade de construção, de materiais escolhidos para o corpo e com uma das melhores interfaces alteradas. É uma pena que a HTC tenha abandonado o Brasil, o que nos deixa na mão de importadores ilegais. Ilegais por um simples motivo: tudo que a Anatel não homologa oficialmente, não pode ser vendido no Brasil - é proibido, contra a lei.

A mesmice utilizada em alguns pontos, por aqui, como a carcaça idêntica ao do modelo anterior e a falta de uma tela com resolução 2K, mantendo o Full HD do ano passado, pode ser entendi e até aceitada. O corpo era o mais belo do ano passado e continua sendo incrível, enquanto a densidade de pixels continua muito acima de muito concorrente e, principalmente, muito acima dos 300 ppi que os olhos conseguem notar diferenças. São 441 ppi, mais de 100 extras do que você pode identificar. Ter uma resolução duas vezes menor do que seus concorrentes ainda garante dois pontos muito positivos: a bateria dura mais (mais resolução exige, obrigatoriamente, maior processamento e maior consumo para iluminar mais pixels) e o desempenho não cai, já que ter mais pixels obriga ao processador e ao GPU trabalharem proporcionalmente mais. Em outras palavras, o aparelho roda melhor e a bateria dura mais, ao deixar de lado uma tela que você não notaria a diferença se estivesse com resolução duas vezes superior ao que existe.

Por dentro, o poder de fogo é pesado. Há um processador Qualcomm MSM8994 Snapdragon 810, rodando quatro núcleos em 1.5 GHz e outros quatro núcleos em 2 GHz, acompanhados de uma Adreno 430 e 3 GB de memória RAM, com 32 GB de espaço interno que pode crescer com até 128 GB de um microSD. Basicamente o mesmo hardware do Moto Maxx, mas com duas vezes a resolução do concorrente da Motorola - ou seja, mesmo hardware e mais potência. O Android que é utilizado nos aparelhos recentes da Motorola é nosso preferido, de longe. Alterações quase que imperceptíveis e apenas alguns apps que realmente fazem sentido ao usuário. A HTC não segue este pensamento e é uma das únicas que eu aceito isso. A alteração fica bacana, entrega recursos extras bem interessantes e não compromete muito do desempenho.

A câmera deixa de lado a tecnologia UltraPixel, que trabalhava de forma semelhante ao que o PureView faz nos dispositivos Lumia, para aceitar algo maior. São 20 megapixels de sensor, que trabalham bem com um pós-processamento forte do dispositivo - que pode ser ainda maior, dependendo do software utilizado na captura de imagens. Ainda é cedo para afirmar se a câmera continua sendo o calcanhar de Aquiles do aparelho, mas ela evoluiu bastante. Outro recurso extra do dispositivo e que salta aos olhos, é o BoomSound. Este recurso, já presente no HTC One M8, utiliza as caixas de som frontais do dispositivo e sincroniza com outras via Bluetooth, para criar um efeito surround bastante agradável e envolvente.

Infelizmente a HTC não está no Brasil, não comercializa seus celulares e a Anatel impede que qualquer varejista comercialize, de forma oficial, qualquer smartphone não homologado. É por isso que o título deste texto tem o "você não pode comprar". Até é possível encontrar em alguns importadores ilegais, ou comprar um no exterior e trazer para o Brasil. Ah, antes de mais nada, ele funciona na banda 7 do 4G, que é a mesma utilizada no Brasil. Se você comprar um One M9, pode usar no nosso 4G sem qualquer problema.

O jornalista viajou para Barcelona a convite da Qualcomm.

O HTC One M9 ainda não está disponível nas lojas brasileiras. Para ser notificado quando ele chegar clique aqui.