Quando Samsung anunciou os Galaxy S6 e S6 Edge no começo do ano, era esperado que a empresa conseguisse recuperar o grande prejuízo que teve no último ano. No último relatório liberado pela Kantar mostrou que Samsung conseguiu retomar a liderança no mercado americano, onde havia perdido território para a Apple. No entanto, parece que mesmo com o aumento nas vendas de smartphones, a sul-coreana ainda continua no vermelho.

Para tentar reverter este quadro, Samsung adiantou o lançamento dos seus novos flagships. O Galaxy Note 5 era esperado apenas para setembro, mas acabou chegando um mês antes. A empresa também trouxe o S6 Edge Plus, para atrair aqueles que gostaram do S6 Edge, mas que buscam uma tela maior. Claro, é inegável que a novidade também mira no phablet da sua rival Apple.

Com esse baixo desempenho, Samsung registrou uma queda de valor de mercado de US$ 44 bilhões desde abril. As ações da empresa caíram em 8,1% só no mês de agosto, mostrando que a mesma não tinha um prejuízo tão acentuado desde dezembro de 1983. No último mês, a empresa registrou uma perda de US$ 12 bilhões – com o aumento na participação da Apple em vários mercados, além das várias empresas chinesas que brigam pelo setor de smartphones.

Mesmo antecipando o lançamento dos novos membros da linha Galaxy, a empresa não demostra que terá uma situação mais animadora nos próximos meses. Ainda mais quando o lançamento dos novos iPhones acontecerá agora em setembro.

“Todos nós sabemos que a divisão de smartphones da companhia não está se saindo bem”, disse Lee Seung Woo, analista da IBK Securities Co. em Seul. “Não saberia precisar quando as ações vão parar de cair. Parece que as variáveis fundamentais estão problemáticas”.

Os lucros da empresa vêm caindo há cinco trimestres consecutivos, e estima-se que a renda líquida do terceiro trimestre será de 5,33 trilhões de won (US$ 4,5 bilhões), frente a 5,63 trilhões de won nos três meses terminados em junho, segundo dados divulgados pela Bloomberg. Em termos de participação de mercado, Samsung apresentou uma redução de 3% no segundo trimestre, deixando o pódio das maiores do mercado chinês.

Enquanto a empresa vem tendo dificuldades de brigar com a Apple no setor de alta gama, no segmento de entrada ela precisa enfrentar uma dúzia de fabricantes chinesas e indianas que oferecem produtos com preço mais em conta. A empresa está buscando formas de contornar isso com lançamentos visados em cada mercado, trazendo produtos mais condizentes com a realidade do setor.