O Google pretende lançar no Android N uma solução para impedir que novas vulnerabilidades exponham tanto o sistema, assim como visto no famoso bug Stagefright. O recurso mediaserver, compactador presente desde versões iniciais do Android e alvo recorrente de ataques, será modificado para impedir o ataque profundo de hackers.

Embora os detalhes da providência sejam um tanto técnicos, não são difíceis de entender: o Google quer dividir o mediaserver, responsável por compactar arquivos de imagem, vídeo e áudio para entregar mais desempenho ao usuário, em várias subcategorias, cada uma a cargo de uma tarefa menor e mais específica.

No lugar de um servidor de mídia único, o novo Android trará servidores separados, dedicados a compactação de dados da câmera, outro para áudio, um terceiro para codecs, e assim por diante. O resultado é uma fragmentação de uma função antes unificada, impedindo que um código malicioso se espalhe com facilidade.

O objetivo é garantir que, se houver ataque, o impacto seja mínimo para o usuário. O Google espera que, com a subdivisão de tarefas, mesmo um smartphone comprometido esteja relativamente seguro, já que o criminoso teria acesso a um número restrito de permissões - antes, ganhar acesso ao mediaserver completo permitiria ao hacker tomar o controle de várias funções do aparelho de uma só vez.

Segundo a documentação do Android N:

Isso significa que uma libstagefright comprometida concederia ao atacante o acesso a um número significativamente menor de permissões e também impede que ele obtenha mais privilégios ao reduzir a superfície de ataque exposta pelo kernel.

O Android N deverá ter o nome revelado durante a Google I/O, conferência que ocorre entre 18 e 20 de maio em Mountain View, Califórnia, EUA. Na ocasião, os engenheiros do Google também deverão apresentar outras novidades do sistema, incluindo melhorias de segurança. Atualmente, a versão de testes está na terceira versão, e deverá ir até o Preview 5 antes de chegar no produto final.