Android 02 Jan
A Samsung anunciou ao final de janeiro a chegada de sua linha Galaxy A 2017 em nosso país, sendo esta a terceira geração dos smartphones chamados de "intermediários de luxo'. Tanto o Galaxy A5 2017 quanto o Galaxy A7 2017 possuem grandes mudanças em relação aos seus antecessores, incluindo certificação IP68, que dá resistência à água e poeira, design remodelado e muito mais.
Para saber mais sobre a aceitação destes produtos por parte dos brasileiros, além de planos da empresa para o futuro e outros assuntos de interesse dos nossos leitores, conversamos com Renato Citrini, atual Gerente Sênior de Produtos da área de dispositivos móveis da Samsung Brasil.
A linha Galaxy A pode ser considerada como um "entre-nicho" para usuários que consideram os modelos Galaxy J básicos demais mas não desejam ou podem partir para os flagships da família Galaxy S. Por isso, resolvemos perguntar a Renato Citrini sobre como a Samsung percebe a aceitação do público para estes modelos considerados "intermediários de luxo".
De acordo com ele, a aceitação do público brasileiro vem se mostrando cada vez melhor desde os primeiros Galaxy A lançados ainda em 2015, sendo algo que deve aumentar ainda mais com todos os diferenciais implementados na nova geração, como certificação IP68, acabamento em vidro curvo na parte traseira, design "sem protuberâncias" e conjunto de câmeras respeitável.
Devido à proximidade do preço entre um modelo atual da linha Galaxy A e o flagship lançado para o ano anterior pela Samsung, muita gente nos questiona sobre qual a melhor opção de compra. Atualmente, por exemplo, uma das perguntas que mais recebemos é se vale mais comprar um Galaxy A5 2017 ou investir logo no Galaxy S7.
Segundo o executivo, a Samsung consegue perceber muito bem a diferença entre os consumidores que optam pelos modelos da linha Galaxy S daqueles que partem para os da família Galaxy A. A grande questão aqui estaria muito além do preço cobrado, sendo algo mais voltado ao estilo de vida da pessoa e em como ela interage com os outros ao seu redor.
Um exemplo curioso dado por ele é que os usuários de flagships geralmente contam com a tendência a divulgar o máximo possível que utilizam um aparelho topo de linha, ou seja, além de tecnologias mais completas eles buscam também pelo status que este tipo de produto traz. Já quem escolhe um modelo da linha Galaxy A normalmente é mais comedido, buscando se diferenciar dos demais e "ditar tendência" ao andar com um dispositivo não tão conhecido, mas que possui qualidades incríveis.
Finalizando, ele afirma que a linha Galaxy S continua contando com o que há de mais completo em termos de tecnologia mesmo se comparada à linha Galaxy A de geração seguinte, sendo utilizados apenas alguns elementos em comum para aumentar o apelo dos modelos intermediários. Este ano, por exemplo, tivemos chegada da certificação IP68, enquanto em 2016 foi implementada a traseira em vidro e o leitor de impressões digitais.
Com a chegada dos novos Galaxy A5 e Galaxy A7 muita gente questionou sobre a ausência do Galaxy A3 2017, que no exterior foi apresentado exatamente na mesma data dos demais. De acordo com Renato Citrini, o produto pertence a um nicho não muito visado pelos consumidores brasileiros, principalmente por contar com uma tela de "apenas" 4,7 polegadas, o que para os padrões atuais é considerado pequeno.
Devido a isto, a companhia decidiu não disponibilizar o aparelho por aqui, preferindo focar seus esforços em produtos que de fato contam com atenção do público. Ele aproveitou ainda para nos entregar um interessante dado, onde é dito que em 2016 os dispositivos com tela de 5,5 polegadas ou mais já correspondiam a 24% de todo o mercado nacional, o que exemplifica bem a tendência de displays cada vez maiores.
Por falar no mercado brasileiro, Citrini foi enfático ao afirmar que nosso país possui uma enorme atenção por parte da Samsung, sendo um território extremamente importante onde a empresa precisou muitas vezes adaptar seus produtos para conseguir o sucesso que detém atualmente.
Isto pode ser percebido por exemplo nos modelos da linha Galaxy J, que não contam com flash LED frontal no imponente mercado dos Estados Unidos mas chegaram com tal diferencial em solo brasileiro. Isto se deu após uma profunda análise do padrão de uso de smartphones por aqui, sendo visto um campo ainda praticamente inexplorado onde a companhia poderia suprir a demanda que se mostrava cada vez maior.
Este papo sobre a política da Samsung e sua visão do nosso mercado não poderia ir para outro lugar que não a tendência de muitas companhias em trazer aparelhos "capados" para o Brasil. Vimos isto em 2016 com modelos como LG G5 SE, Sony Xperia X e Motorola Moto Z, onde nos dois primeiros casos apenas a versão intermediária foi lançada por aqui enquanto na terceira tivemos a comercialização somente da variante mais simples do flagship, com o Moto Z Force ficando longe do solo tupiniquim.
Segundo Renato Citrini, a fabricante sul-coreana não vê qualquer possibilidade de lançar versões mais básicas de seus smartphones no Brasil e deixar os consumidores sem os flagships de fato, sendo justamente esse um de seus grandes diferenciais em nosso mercado: a possibilidade de atuar em absolutamente todos os nichos.
Não poderíamos deixar de comentar também sobre os problemas envolvendo o Galaxy Note 7, que chegou a ser anunciado em solo brasileiro mas nunca teve sua comercialização iniciada por aqui oficialmente. Perguntamos a ele então sobre como isto afetou a imagem da Samsung em nosso país, e se foi percebido algum impacto nas vendas devido à possível desconfiança quanto à segurança dos produtos.
De acordo com Citrini, houve sim um certo murmurinho quando a Samsung decidiu adiar (e posteriormente cancelar) as vendas do Galaxy Note 7 por aqui, porém o fato da empresa ter conseguido contornar o problema antes de qualquer aparelho ser entregue aos consumidores foi algo extremamente benéfico para sua imagem. Além disso, todas as pesquisas realizadas nos meses seguintes para dar uma resposta clara e honesta aos consumidores também pesou positivamente, demonstrando que a sul-coreana é capaz de reconhecer seus erros e trabalhar para que não se repitam.
Por fim, perguntamos ao executivo sobre os planos para a linha Galaxy A, já que em meados de 2016 o próprio DJ Koh afirmou que a Samsung já trabalhava para levar o leitor de íris a modelos intermediários. Obviamente que este tipo de informação é confidencial e nenhum detalhe mais aprofundado sobre o assunto poderia ser dado, porém Renato Citrini declarou que esta é uma evolução natural que eventualmente acontecerá, ainda que no momento não haja um prazo público para tal.
Com tudo isso, podemos ver que a Samsung está confiante quanto ao sucesso de sua linha Galaxy A em solo brasileiro, porém continua estudando nosso mercado profundamente para se adaptar e evitar que produtos não tão atrativos para ao nosso padrão sejam comercializados.
Além disso, as declarações de Renato Citrini não deixam dúvidas quanto à importância do Brasil para a fabricante sul-coreana, algo que deve alegrar quem estava começando a se preocupar com tanto dispositivo chegando capado por aqui.
Texto por Wallace Moté
- O Samsung Galaxy A7 2017 ainda não está disponível nas lojas brasileiras. Para ser notificado quando ele chegar clique aqui.
- O Samsung Galaxy A5 2017 ainda não está disponível nas lojas brasileiras. Para ser notificado quando ele chegar clique aqui.
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